Minha Vó Ri, primeiro solo da diretora, atriz e dramaturga premiada Júlia Bernat, estreia no dia 8 de janeiro. A montagem tem direção da também premiada Débora Lamm, fundadora da Cia OmondÉ, e fica em cartaz até 9 de fevereiro de 2026, no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB Rio), com sessões às segundas, quintas, sextas e sábados às 19:00h e domingo às 18:00h. O espetáculo utiliza a autoficção e o conceito de palestra-performance para costurar as memórias pessoais da artista — que celebra 18 anos de carreira — com um aprofundamento histórico sobre o ativismo lésbico no Brasil e no mundo.
Júlia traz em sua bagagem o apreço pela pesquisa, aprofundado no mestrado em Artes Cênicas (UNIRIO), e a experiência prática atestada pela indicação ao Prêmio Shell (Melhor Atriz), Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante (Festival do Rio) e Prêmio CBTIJ (Melhor Texto Adaptado). Ela também é considerada a atriz que mais representa a linguagem da consagrada diretora Christiane Jatahy, vencedora do Leão de Ouro, em Veneza. Julia já marcou presença nos espetáculos de sua companhia – incluindo o último deles “Um Julgamento – Depois do Inimigo do Povo”, com Wagner Moura, também apresentado no CCBB – e em alguns dos principais festivais de teatro do mundo, como Avignon, Edimburgo, Lisboa, Los Angeles e Nova York.
O novo trabalho Minha Vó Ri é resultado de uma pesquisa de três anos e aborda a busca por aceitação, visibilidade e pertencimento da comunidade LGBTQIAPN+. Neste novo espetáculo, Julia constrói uma atuação que dialoga com fatos marcantes da história. São citadas personalidades centrais, como a cineasta Chantal Akerman e a ativista brasileira Rosely Roth — uma das realizadoras do Levante do Ferro’s Bar, que marca a criação do Dia do Orgulho Lésbico, e primeira lésbica assumida a aparecer na TV brasileira nos anos 1980. A peça também resgata momentos históricos como a liberdade LGBT que marcou a República de Weimar, período anterior ao nazismo, na Alemanha.
A atriz comenta sua motivação para o trabalho: “É uma proposta de dar densidade histórica e filosófica a uma trajetória que muitas vezes é invisibilizada. Eu precisava entender de onde vim para saber onde posso chegar. O palco, então, se tornou o lugar onde a minha busca particular ecoa e encontra sentido na experiência coletiva.”
A ancestralidade também é um tema forte no monólogo, que inclui a participação, em vídeo, de sua mãe e tia, as cantoras Soraya Ravenle e Ithamara Koorax, interpretando uma canção em iídiche. A trilha sonora é um elemento dramático à parte e complementa a narrativa com canções de grandes artistas lésbicas brasileiras, como Ângela Ro Ro, Leci Brandão, Cássia Eller, Marina Lima e Ludmilla. Com referências consistentes e uma partilha sensível, Minha Vó Ri transcende a experiência pessoal, transformando-se em um poderoso ato de resistência e afirmação.
Sinopse:
Minha Vó Ri é o primeiro monólogo da atriz Júlia Bernat, com direção de Débora Lamm. Combinando autoficção e o conceito de palestra-performance, a peça costura memórias familiares com uma extensa pesquisa sobre a história do ativismo lésbico no Brasil e no mundo.
Em um ato de resistência e busca por pertencimento, a atriz resgata figuras históricas como a ativista brasileira Rosely Roth e intelectuais como a cineasta Chantal Akerman. A trilha sonora é um manifesto à parte, com canções de grandes artistas lésbicas como Ângela Ro Ro, Cássia Eller e Leci Brandão. Uma partilha sensível sobre ancestralidade e visibilidade lésbica. De 8 de janeiro a 9 de fevereiro no CCBB Rio.
Opção curta:
MINHA VÓ RI: O monólogo de Júlia Bernat (dir. Débora Lamm) cruza a autoficção com uma pesquisa profunda sobre a história do ativismo lésbico. Com referências a Rosely Roth e Chantal Akerman, e trilha sonora que inclui grandes cantoras como Ângela Ro Ro e Cássia Eller. De 8 de janeiro a 9 de fevereiro no CCBB Rio.
Julia Bernat – atriz e autora
Julia Bernat é atriz, diretora e dramaturga, graduada e mestra em Artes Cênicas pela UNIRIO. Trabalha há 14 anos com Christiane Jatahy e a Cia. Vértice, atuando em espetáculos como Julia, E se eles fossem para Moscou? (indicação ao Shell de Melhor Atriz), A Floresta que Anda, Ithaque, Entre Chien et Loup e Um Julgamento, apresentados em festivais nacionais e internacionais. Dirigiu Saco de Batata e codirigiu Shuffle, além de assinar a direção de Instabilidade Perpétua e a dramaturgia do infantil A História de Kafka e a Boneca Viajante (prêmio CBTIJ). No cinema, atuou em Aquarius, Aspirantes (prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival do Rio) e Campo Grande. Codirige o projeto urbano Lambe Lambe – Histórias Sapatão. Minha vó ri é seu primeiro solo como atriz e dramaturga.
Debora Lamm – diretora
Débora Lamm é atriz, diretora e fundadora da Cia OmondÉ, com mais de 40 espetáculos no currículo. No cinema, protagonizou “Muita Calma Nessa Hora”, “Seja o Que Deus Quiser” — pelo qual foi indicada a melhor atriz no festival internacional da África do Sul — e trabalhou com Júlia Rezende em “Como é Cruel Viver Assim”. Na TV e no streaming, é uma das protagonistas do sucesso da Netflix Todo Dia a Mesma Noite e integra o elenco de Juntas e Separadas, da Conspiração Filmes/Globoplay. Atuou em produções da TV Globo com diretores como Maurício Farias, Walter Carvalho, Denise Saraceni, Amora Mautner e Guel Arraes, em novelas e séries como Amor de Mãe, Quanto Mais Vida, Melhor! Histórias Impossíveis e Mania de Você. Também integrou a equipe de direção do último projeto de humor de Jorge Furtado e Regina Casé. Foi criadora e protagonista, ao lado de Bruno Mazzeo, do programa Cilada, pioneiro na dramaturgia da TV a cabo, que ganhou duas novas temporadas após 15 anos. Como diretora teatral, desde 2013 assinou 17 montagens — entre elas “Gostava Mais dos Pais”, “Férias” e “Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera” — rendendo prêmios e indicações. Em 2026, completa 29 anos de carreira.
Ficha Técnica:
Dramaturgia: Julia Bernat
Direção: Débora Lamm
Direção de movimento: Denise Stutz
Direção de produção: Aninha Barros
Assistente de direção e produção executiva: Kaká Guimarães Rosa
Cenografia: Elsa Romero
Iluminação: Lara Siqueira
Fotos e projeções: Camilla Lapa
Figurino: Debora Crusy
Direção musical: Rodrigo Marçal
Assessoria de imprensa: Cristiana Lobo
Intérprete de libras: Claudia Chelque
Interlocutor artístico: Biño Sauitzvy
Designer: Lucas Botelho
Mídias sociais: Nice Chagas
Minha vó ri
De 08 de janeiro a 09 de fevereiro de 2026
Horários: segundas, quintas, sextas e sábados, às 19:00h e domingo, às 18:00h
Teatro III – 2º andar
Duração: 70 minutos
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) à venda na bilheteria do CCBB e no site bb.com.br/cultura
Estudantes, maiores de 65 anos, demais beneficiários por Lei e clientes com cartões BB pagam meia entrada.
Classificação: 14 anos
*Todas as apresentações contarão com acessibilidade em Libras.
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março 66, Centro – Rio de Janeiro/RJ
Contato:(21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br
Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças).
Mais informações em bb.com.br/cultura


