A concepção, direção e coreografia são de Reginaldo Oliveira.
A direção geral é de Hélio Bejani.
A supervisão artística é de Hélio Bejani e Jorge Texeira.
O ballet apresenta-se dividido em dois atos.
A dramaturgia de Maren Zimmermann narra, mediante um texto costurado por meio da dança e expresso em movimentos coreográficos e gestuais, os principais fatos da trajetória da artista mexicana Frida Kahlo, vida marcada por dores e dissabores, mas também por lutas e resistências.
Márcia Jaqueline fez uma bonita Frida. Ela deixou transparecer dor e sofrimento, mas também luta, potência, força, garra, paixão e vibração. Assumiu o protagonismo com uma correta performance. Ela aliou a técnica perfeita associada a um conjunto de gestos com a emoção. Ela deixou a personagem em evidência.

O grande amor de Frida foi Diego Rivera, interpretado por Edifranc Alves. Este se apresentou de forma sensual, elegante e potente. O par Diego e Frida foi um momento sublime! O público gostou e aplaudiu!
Diego fez Frida sofrer, ao traí-la com a sua irmã Cristina Kahlo, interpretada por Manuela Roçado, que esbanjou simpatia e determinação.
Rodolfo Saraiva fez um correto Alejandro Arias. Por sua vez, Tabata Salles fez uma 2ª Frida (autorretrato) de qualidade.
O corpo de baile se apresenta com coreografias complexas, criativas e intensas, deixando transparecer as feridas físicas e psicológicas da artista e a forma como ela as representou em suas produções visuais repletas de metáforas, sintetizadas nas danças dos bailarinos. Competente trabalho coreográfico realizado por Reginaldo Oliveira.
Na primeira parte, os bailarinos se apresentam com trajes roxos. Incorporam os revolucionários do início do século XX, bem como se transformam nos antigos Guerreiros-Jaguara e Guerreiros-Águias Asteca-mexicana, revivências orgulhosas da identidade nativa ancestral.
Na segunda parte, os bailarinos estão, inicialmente, com trajes pretos e elementos decorativos coloridos na cabeça. Num segundo momento, vestem saias longas coloridas, reconstruindo a paleta de cores de Frida. O figurino permite mobilidade e intensa movimentação, além de encenações coreográficas. Momento colorido, vibrante, esfuziante e visualmente atraente. Forma um bonito conjunto.

Na segunda parte, Frida utiliza um figurino em tom amarelo.
Os figurinos criados por Judith Adam são de bom gosto, adequados, e facilitam a intensa movimentação e as coreografias.
A cenografia criada por Matthias Kronfuss é clean e criativa. Constituída por imensos painéis que giram, cuja tonalidade varia de acordo com a iluminação.
A iluminação criada por Matthias Kronfuss e Reginaldo Oliveira é boa e adequada, e está diretamente integrada à cenografia, uma vez que dá cor aos painéis.
A trilha sonora é composta por canções mexicanas, escolhas corretas e adequadas ao contexto do ballet.
A direção potente possibilitou a criação de um espetáculo harmônico e equilibrado, em que todas as criações artísticas estão em plena sintonia e conectadas.
Excelente produção de ballet!


