A curadoria é de Cecilia Fortes.
A exposição é bonita, colorida, crítica, reflexiva e ecológica, apresenta por meio das artes plásticas a preocupação com a degradação ambiental e a crise climática.
O conjunto das obras apresentadas deixa transparecer a sensibilidade dos artistas com uma questão contemporânea central para a preservação da vida no planeta Terra: o aquecimento radical global.
Os artistas conseguiram exibir, por meio da sua arte, a percepção que os mesmos têm da referida problemática. E Cecilia Fortes soube escolher telas sublimes, de extremo bom gosto, e com um colorido variado. São produções que sensibilizam e alertam para as transformações que estão ocorrendo em nosso planeta em função da destruição do meio ambiente. Portanto, emocionam, ligam o alerta, desafiam, e nos fazem pensar e refletir.
Os artistas que apresentaram suas produções foram: Ana Calzavara, Jaider Esbell, Jeane Terra, Thiago Rocha Pitta, e Vivian Caccuri.
Jeane Terra nos brinda com duas telas, Abrigo Vazante e Abrigo Náufrago, que retratam a agonia do município de Atafona, que está sendo invadida pelas águas do oceano. As telas apresentam as ruínas dos edifícios e a água tomando tudo.
Um dos trabalhos de Jaider Esbell é a tela O Anúncio do Diluvio, que representa a história bíblica da Arca de Noé. Numa visão lúdica e bem colorida, o artista nos brinda com a arca repleta de animais, salvos por Noé do Diluvio que inundou o planeta Terra.


O artista Thiago Rocha Pitta nos apresenta quatro telas na série intitulada O Pesadelo da Terra, que retratam a depredação ambiental e suas consequências. São afrescos que falam dos desastres naturais, de forma bem subjetiva e com formas não definidas, como tempestades de areia, o garimpo, o desabamento de terra e crepúsculo mineral.
Mosquito Revenge III é a produção artística de Vivían Caccuri, por sinal, bastante criativa e original. Numa tela de mosquiteiro, a artista representa um “exército de mosquitos” como uma força paramilitar, referindo-se ao poder da natureza tropical que é perturbada por novas estruturas artificiais. Remete também a epidemias como a da dengue. Muito interessante a visão da artista que reproduziu instrumentos musicais na obra, dando a mesma um caráter de sonoridade, e relacionando-os ao zumbido dos mosquitos, que emitem sons perturbadores aos nossos ouvidos, e devem ter incomodado bastante ao colonizador quando ele avistou e invadiu as terras americanas. Na parte inferior, vemos pedras de ardósia.
Ana Calzavara nos apresenta duas representações sem título da série Algum Lugar, Lugar Algum, que retratam o rompimento da barragem de resíduos minerais e o esparramar da lama sobre o município de Brumadinho. O tom cinza predomina, é o lamaçal, a destruição. Mas também mostra a capacidade da natureza se transformar e regenerar, ressurgindo o verde novamente, que contrasta com o tom acinzentado e amarronzado. A ganância dos capitalistas que só querem o lucro deixa transparecer a irresponsabilidade com o meio ambiente. O mais prejudicado é o ser humano.
A qualidade artística das obras e a mensagem contida em cada uma delas convidam a todos a ir visitar a exposição, sejam pessoas das artes plásticas ou não, e de qualquer idade, pois é de pequeno que se aprende a ter consciência ecológica.
As produções dos artistas deixam uma mensagem: o futuro virá com mais vigor se a Terra for tratada com amor! Vamos libertar o sentimento e preservar a natureza!
Excelente produção de artes plásticas!