Chico Vartulli – Como foi a infância do filho de um embaixador francês?
Philippe Seigle – Foi uma infância em trânsito. Vivi em vários países, mudei de escola muitas vezes, aprendi a me adaptar rápido. Cada novo destino era um mundo a descobrir — novas línguas, sabores, amigos. Cresci entre culturas, carregando uma mala e muitas memórias. Não tive raízes fixas, mas ganhei um olhar aberto sobre o mundo. Foi uma infância rica, às vezes solitária, mas profundamente formadora.
Chico Vartulli – De que forma a hotelaria lhe permitiu desbravar o mundo?
Philippe Seigle – A hotelaria foi meu passaporte. Trabalhei nas redes hoteleiras internacionais em mais de 20 países, mergulhando em culturas, idiomas e modos de vida diferentes. Cada hotel era uma nova história, cada país uma lição. Foi assim que desbravei o mundo — servindo, observando e aprendendo com pessoas de todos os cantos.

Chico Vartulli – Qual dos países que visitou lhe permitiu entender melhor a diversidade e a globalização?
Philippe Seigle – No México e no Brasil, senti a força da mistura — culturas, cores, ritmos e histórias entrelaçadas. No Caribe, vi a herança africana, europeia e indígena convivendo com alegria e resistência. O Oriente Médio me mostrou tradições milenares em diálogo com muitos expatriados morando la. No oceano Índico, entendi o que é viver entre mundos — África, Ásia e Europa se cruzam ali. E a Europa, com sua história e abertura, me deu o contexto para entender como tudo isso se conecta.
Chico Vartulli – Cada estadia num hotel mundo a fora lhe permitiu novos desafios?
Philippe Seigle – Sim, cada estadia foi um novo desafio — adaptar-me a uma cultura, entender uma equipe local, lidar com expectativas diferentes. De um país a outro a maneira de trabalhar e liderar é muito diferente. Sim você não tem capacidade de se adaptar será complicado ter o time do seu lado. Nada era previsível. Foi assim que aprendi a ser flexível, resiliente e a ver o mundo com olhos sempre renovados.

Chico Vartulli – Seu filho Mathieu segue os mesmos passos do pai?
Philippe Seigle – Sim, o Mathieu parece seguir meus passos. Já trabalhou em cerca de 10 países, também com redes hoteleiras internacionais. Tem o mesmo espírito curioso e aberto ao mundo. Ver nele esse mesmo desejo de explorar e aprender com outras culturas é, para mim, um grande orgulho.
Chico Vartulli – A Arte hoje na sua vida lhe permite manter o Philippe Globe trotter?
Philippe Seigle – Sim, a arte me mantém em movimento sabendo que não poderia ficar permanente num lugar… Expor em diferentes países, trocar com outros artistas, buscar inspiração pelo mundo — é a continuação natural do Philippe globe-trotter, mas agora com pincéis e emoções como bagagem.
Chico Vartulli – Ser Embaixador de turismo do Rio de Janeiro é uma forma de manter acesa a chama da internacionalização?
Philippe Seigle – É uma grande honra e um imenso orgulho ser Embaixador do Turismo do Rio. Junto aos meus amigos embaixadores, lutamos diariamente para promover essa cidade maravilhosa, cheia de energia, cultura e beleza. É, sem dúvida, uma forma de manter viva a chama da internacionalização que sempre guiou minha trajetória.
Fotos: Divulgação/Arquivo pessoal
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