E se, em um dia qualquer, você esbarrasse com aquela professora que lhe ensinou a ler e a escrever? Que memórias viriam à sua mente? Provavelmente boas memórias. Mas na peça “A Sala Branca” memórias mais doloridas e profundas vêm à tona para três ex-alunos que ‘coincidentemente’ reencontram essa professora. Esse é o fio da história que nos apresenta o dramaturgo catalão Josep Maria Miró. Sucesso em 2024, a peça retorna aos palcos a partir do dia 6 de junho, no Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no centro do Rio. A montagem integra o Festival Identidade em Cena, que celebra o Mês do Orgulho LGBTQIA+, depois de temporadas de sucesso em Copacabana e Niterói este ano.

Traduzido por Daniel Dias da Silva, o texto ganha carne e alma sob a direção de Gustavo Wabner, com um elenco potente formado por Angela Rebello, Isabel Cavalcanti, Sávio Moll e o próprio Daniel. A peça, construída com fragmentos de tempo e memória, não entrega respostas fáceis: ela convida o espectador a entrar num labirinto íntimo, onde o passado espreita e revela marcas de traumas que nem sempre cicatrizam.
Em cena, Carlos (Sávio Moll), Laia (Isabel Cavalcanti) e Manuel (Daniel Dias da Silva) reencontram Senhorita Mercedes (Angela Rebello), a professora que os ensinou a ler e escrever quando pequenos. Eles não se veem há 40 anos e agora são adultos, com vidas que seguiram por caminhos diferentes. A reunião aparentemente casual com a Senhorita Mercedes será perturbadora para cada um deles, fazendo surgir questionamentos profundos e também velhas feridas. O papel de Senhorita Mercedes rendeu à atriz Angela Rebello a indicação ao Prêmio APTR 2025 de Melhor Atriz.


Idealizador da montagem, o ator Daniel Dias da Silva tem uma relação antiga com a obra de Josep Maria Miró, sendo a “A Sala Branca” o quinto texto que ele traduz para o português. “É interessante essa familiaridade com a obra do autor, você acaba reconhecendo seu estilo, suas referências, suas ideias. Sempre me impressiono com o domínio que ele tem de sua dramaturgia, com a forma como constrói os diálogos, permeados por silêncios e vazios que, muitas vezes, dizem mais que as palavras, compondo um quebra-cabeças que tira o espectador ou leitor de uma posição passiva”, diz.
Com relação ao enredo de “A Sala Branca”, Daniel avalia um olhar do autor sobre o passado como forma de entender o presente. “Acho que, nesta peça, Miró propõe uma viagem mais nostálgica, pessoal e intimista à infância, um período frequentemente visto de forma romantizada, mas que também pode ser cruel, esconder dores e mágoas. É uma fase determinante na construção do ser humano e ele busca compreender como nos tornamos quem somos hoje e, ao mesmo tempo, faz uma reverência aos mestres que nos formaram e nos guiaram no início dessa jornada”, completa.


O diretor Gustavo Wabner conta que a infância dos três personagens é revisitada de uma forma contundente e sem romantismos. “Cada um deles possui uma trajetória e características próprias, com fluxos e embocaduras diferentes. O autor nos desafia com personagens complexos em suas trajetórias e composições”, adianta. Sobre a dramaturgia, Wabner a considera especial por vários motivos. Primeiro pela premissa e pela temática, mas também pela sua estrutura e carpintaria. “É um texto muito inteligente, cheio de sutilezas e nuances, que convida o espectador a montar, ou melhor, a desenredar a trama que se apresenta. A estrutura não linear torna a história mais dinâmica, potencializa os fatos e mantém a plateia atenta”, acredita.
Recebida com entusiasmo pela crítica e com sessões lotadas na sua temporada de estreia em Copacabana e nas apresentações de Niterói, “A Sala Branca” chega a partir do dia 6 de junho ao centro do Rio no Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) na Cinelândia, de sexta a domingo, sempre às 19h. A peça integra a programação do Festival Identidade em Cena, que comemora o Mês do Orgulho LGBTQIA+. Ingressos via Sympla ou na bilheteria do teatro.
INGRESSOS JÁ DISPONÍVEIS EM:
https://www.sympla.com.br/eventos/rio-de-janeiro-rj?s=CCJF


Sinopse:
Carlos, Laia e Manuel reencontram Dona Mercedes, a professora que os alfabetizou na infância. Agora adultos, suas vidas tomaram rumos diversos. Esse encontro inesperado com a antiga mestra os levará a confrontar suas próprias escolhas e antigas feridas, revelando como o passado continua a influenciar suas vidas.
Ficha técnica
Texto: Josep Maria Miró
Direção: Gustavo Wabner
Elenco: Angela Rebello, Isabel Cavalcanti, Sávio Moll e Daniel Dias da Silva
Cenografia: Sergio Marimba
Figurinos: Victor Guedes
Iluminação: Vilmar Olos
Visagismo: Fernando Ocazione
Fotos e Programação visual: Vitor Hugo Ceccato
Fotos de Cena: Wesley Sabino
Trilha sonora: Gustavo Wabner
Assistente de Figurino: Carol London
Produção Executiva: Bruno Jahu, Rafael Barcelos e Vitor Almeida
Operação de Som: Bruno Jahu
Operação de Luz: Rafael Maia
Direção de Cena: Cleiton Belmiro
Assessoria Contábil: Sesan
Assessoria de Imprensa: Rodolfo Abreu | Interativa Doc
Direção de Produção: Daniel Dias da Silva e Cacau Gondomar
Coprodução: CLG – Canteiro de Ideias
Um espetáculo da Territórios Produções Artísticas
e Lunática Companhia de Teatro
Apoio Institucional: Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF)
SERVIÇO
Espetáculo: “A Sala Branca”
Temporada: de 06 a 29 de junho de 2025 (sexta a domingo 19h)
Local: Teatro do CCJF – Centro Cultural da Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 – Centro (Cinelândia), Rio de Janeiro
Ingressos: R$ 20,00 (professores e grupos agendados), R$ 40 (meia), R$ 80 (inteira)
Classificação indicativa: 12 anos | Duração: 80 min
Gênero: Teatro | Instagram: @asalabranca
Texto: Rodolfo Abreu (@rodolfoabreu)
Fotos de cena: Wesley Sabino
Foto de estúdio e poster: Victor Hugo Cecatto



