Após temporada em Lisboa, Ana Durães inaugurou ontem a individual “A natureza que me habita” na Galeria Contempo, em São Paulo.
A abertura da exposição “A natureza que me habita”, movimentou a Gabriel Monteiro, em São Paulo, endereço da Galeria Contempo, filha” da ProArte Galeria, idealizada pelas irmãs Monica, Marcia e Marina Felmanas Passada quase uma década desde sua última individual na capital paulistana, a artista visual retorna com trabalhos recentes, todos inéditos, com a exposição Até fevereiro, estarão expostas cerca de 20 obras em técnica mista, tinta acrílica e óleo sobre tela e linho, a maioria de grandes formatos. O texto crítico leva assinatura da cientista social, historiadora e curadora de arte Vanda Klabin. Depois desta exposição, Ana faz as malas rumo a Atenas, onde vai expor desenhos de série limitada. Em fevereiro, faz uma exposição em Atenas, junto com o pintor Luiz Dolino, a convite da Embaixada do Brasil na Grécia. Depois, passa nova temporada em Portugal, no primeiro semestre, pintando no seu novo ateliê em Lisboa. “Quero me dedicar a contemplar o Tejo. Contemplar as paisagens mais lineares, mais planas, deixar a luz de Lisboa me envolver. Não sei no que vai dar. Mais um mergulho no desconhecido!”, diz.
Passaram por lá o diretor da Broadway Fred Hanson, o artista Sanagê (que veio de Brasília para prestigiar a exposição, as atrizes Mayara Magri e Fafy Siqueira, a fotógrafa Denise Mattar e Luiz Dolino, que também é representado pela galeria em São Paulo.


Morando entre Rio e Lisboa, Ana Durães costuma trabalhar imersa na natureza, inspirada nas paletas de cores ao seu redor, no ateliê que mantém na serra de Petrópolis:
“A natureza que me habita vem bem antes da pandemia. Penso que a natureza sempre me habitou. E o costume de estar dentro dela se fortificou na necessidade da reclusão. Na necessidade da solidão”, afirma.
“Não sigo tendências artísticas. Sou uma artista pós-moderna no mundo contemporâneo, onde sigo meus impulsos sensoriais. Pinto o que vejo e sinto. Mas, da forma como vejo, não necessariamente uma natureza real. Uma simples folha pode ser floresta. Uma poça de chuva pode virar rio. Nada do que vejo me é alheio, misturo as flores, as cores, o meu jardim, com imagens imaginárias. Quase abstratas. Acaba por tornar-se um jardim das delicadezas, próprio da liberdade com que registro meu mundo.
Essas flores que apresento agora, inéditas, trabalhadas nos últimos três anos, na verdade moram em mim há 62 anos. Elas são alegorias da minha natureza, onde transmuto dor em amor até tornar-se alegria”, conclui.


































Imagens: Julian Marques