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A Casa Museu Eva Klabin ambienta até o dia 09 de julho a exposição LASAR SEGALL: OLHARES PARA O FEMININO que apresenta retratos de diferentes mulheres que aparecem em obras do período em que o artista passou a residir no Brasil. Idealizada pela a Casa Museu Eva Klabin, cuja coleção de arte é considerada um dos mais importantes acervos do país, a mostra busca uma devolução poética: olhar para Segall pelo acervo de uma mulher.
“Há muitas maneiras de olhar para a obra de um artista. Para essa exposição, escolhi aquela mais íntima: veio de dentro de casa, da parentela, movida pelos amores e pelos afetos. Voltei-me para a Casa Museu Eva Klabin, pensei a colecionadora que fundou o espaço e seu vínculo familiar e artístico com Segall. Ao partir do acervo de uma mulher, decidi observar como o artista lidou com o feminino. Através da sutileza e da intimidade, pude me aproximar da obra de Lasar Segall, figura gigante, fundamental para a arte moderna brasileira.
O processo desmonta o artista enquanto aparição mística, e traz o humano, suas relações, seus conhecidos, sua história. Tudo através da imagem”, afirma Juliana Cunha, curadora da exposição que fica ambientada até dia 09 de julho na Instituição cultural da Lagoa, com entrada franca.
A exposição é dividida em três módulos, Família, Mulheres do Cotidiano e Lucy Citti Ferreira. A exposição nasce no módulo “Família”. Entre as três obras desse grupo, encontra-se o único trabalho que antecede o eixo temporal da mostra – um retrato de Eva Klabin. Feito a partir de uma fotografia, marca o encontro do artista com a colecionadora que idealizou o museu sede da exposição. As outras duas obras, “Maternidade” e “Mãe e filhos”, trazem seu núcleo familiar mais próximo: a esposa, Jenny Klabin, acompanhada dos filhos. A relação materna foi profundamente explorada pelo artista desde a juventude, e reaparece na exposição em quadros e na escultura “Maternidade”.
O segundo módulo, chamado “Mulheres do cotidiano”, traz figuras femininas das camadas mais populares. A obra “Mãe negra entre casas” evoca novamente a maternidade, agora vivida por uma mulher da periferia. Nesse nicho, encontramos também “Retrato feminino”, obra em que o artista se dedica ao rosto de uma mulher negra, e “Favela I”, onde a moradia popular aparece povoada, mas conta com a presença simbólica de uma mulher no centro da imagem. Ainda nesse grupo, a obra “Casal do mangue” reflete à realidade da prostituição desenvolvida no mangue carioca.
O terceiro módulo, chamado “Lucy Citti Ferreira”, traz três obras em que Segall trabalha o retrato de sua aprendiz e modelo. Lucy é tema de diversas pinturas do artista, encantado com a sua delicadeza.
A exposição traz também “Duas amigas”, a escultura que perpassa toda a exposição. Pelos olhares do artista, as mulheres aparecem enquanto parceiras, unidas em um mesmo bloco. A escultura evoca a cumplicidade feminina e revela a forma potente das mulheres que compartilham ideias (cabeças) e vivências (corpos). O exercício de imaginação e troca sobre o mundo interior se dá em uma escultura de traços simplificados. A união das duas amigas da peça, que se tornam uma só, se replica na exposição.
LASAR SEGALL: Olhares para o feminino busca a multiplicidade de histórias, cores e corpos, e se satisfaz ao compartilhar o segredo e a força da diversidade e da união. A mostra cria, ainda, um encontro inspirador entre três instituições com vínculos familiares e coleções de ponta: a Casa Museu Eva Klabin, a Casa Museu Ema Klabin e o Museu Lasar Segall, e é realizada 100 anos após a vinda definitiva de Lasar Segall para o Brasil e após 15 anos sem uma individual do artista no Rio de Janeiro.
Também faz parte da exposição o documentário “Lasar Segall – A poética da resistência” (2017, 52 min), de Rozane Braga e Adriana Miranda (FBL Criação e Produção). O documentário é o primeiro episódio da série “Artistas Plásticos Brasileiros” e conta a história de Lasar Segall mostrando como as guerras tiveram forte impacto em sua obra, refletindo sua grande preocupação com o sofrimento humano.
EXPOSIÇÃO: LASAR SEGALL: OLHARES PARA O FEMININO
CASA MUSEU EVA KLABIN
12 obras (óleo, escultura e desenho e um documentário)
Av. Epitácio Pessoa, 2480 | Lagoa | RJ | (21) 3202-8550
Curadoria: Juliana Cunha
Exposição: até 09 de julho de 2023
Quarta a domingo: 14h às 18h, última entrada às 17:30h
Segunda e terça: fechado
Livre e gratuito.
Retirada do ingresso direto da bilheteria do museu
http://evaklabin.org.br/
@evaklabinoficial
Ficha técnica do documentário:
“Lasar Segall -A poética da resistência”(2017, 52 min–Livre)
Produção: FBL Criação e Produção
Co-produção: Canal Arte1 Direção Geral: Rozane Braga
Direção Artística: Adriana Miranda / Roteiro: Maria Gessy de Sales
Mateus Solano como Lasar Segall
Narração de Ronaldo Rosas
Trilha Sonora: Daniel Romano e Miguel Couto / Direção Musical: Adriana Miranda / Direção Executiva: Nelson Breve / Direção de Produção: Penha Ramos