A Artur Fidalgo galeria irá inaugurar no dia 18 de abril, terça-feira, das 19h às 22h, a exposição “Derretendo” do artista Fernando de La Rocque. A curadoria é de Vanda Klabin.
“Derretendo” é um poema de uma palavra só. Uma palavra que define muitas coisas. Derreter-se de calor, derreter-se de amor, derreter-se de entorpecimento. E outras mudanças de estado. As obras da exposição têm em comum diferentes formas de representar derretimento.” – Fernando de La Rocque.
A mostra contará com um conjunto de obras inéditas realizadas entre 2020 e 2023, dentre elas pinturas, esculturas, bordados, desenhos e trabalhos impressos com giz de cera em papel ou tecido.
Na abertura teremos a participação do projeto CAFUZØ & AMARILIS e o lançamento de uma gravura do artista Gais Ama. Beats eletrônicos, percussões eletrizantes, elementos melódicos de sopro e vozes processadas constituem otrabalho do trio CAFUZØ & AMARILIS. O vocabulário geométrico é o principal veículo para o fluxo do trabalho de Gais.
Sobre o artista:
Fernando é formado em Escultura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A obra do artista é irreverente e contestadora, beirando o subvertimento dos chamados valores morais. Ao trabalhar com diferentes técnicas, nas quais procura prazer corpóreo em seus processos, preza pela materialidade das coisas: bordados, impressões, pintura e escultura. Uma das suas séries mais conhecidas, “Série Colonias”, é caracterizada por composições geométricas, vezes simétricas, vezes caóticas, onde a forma humanoide é sempre módulo. Colonias já foi exposta no México, Inglaterra, Chile e Suíça
Representado desde 2012 pela galeria, de La Rocque participou da coletiva “Desenhos” em 2016; das exposições individuais “tudo o que é mais sagrado”, 2014; “Silhuetas de amor a luz da lua”, 2013; e de projetos solo nas feiras ArtRio Carioca (Verão Azul), 2016, ArtRio, 2015 (Antigravidade), Ch.ACO, 2012 (Amistad Colorida) e Artigo Rio, 2012.
“As leituras poéticas de Fernando de La Rocque constroem um novo espaço para a sua sensibilidade transitar, inventam um outro território repleto de dissonâncias e de improvisações ao pavimentar emoções, articular coisas que não existem, quase como antessalas de algo ficcional.
Suas obras incorporam o corpo como receptáculo, como elemento constitutivo da imagem, que dilata e expande a sua gramática visual ao ativar uma pulsão sensorial em diversas situações estéticas. Exprimem uma indagação existencial que encontra seu abrigo nas florações corporais pictóricas. Esse emaranhado de inquietos contrapontos visuais através da fusão de diferentes elementos, traz um fraseado particular, ao recriar uma condição plural de Eus, através de formas
de representações híbridas que escapam do encadeamento linear dos acontecimentos.
Fernando de La Rocque nos direciona para um labirinto de sinuosos percursos, ao criar o encadeamento de corpos num anel infinito de repetições, de maneira que parece contemplarmos, em uma única imagem, vários rebatimentos de um mesmo elemento compositivo. Os corpos, flexionados sobre si mesmos, ingressam em um certo desconforto acumulativo, com a presença de uma intimidade densa, e ao mesmo tempo, um clima onírico, delirante por si mesmo.
Um sussurro atmosférico direciona os corpos nus interligados em uma constante excitação, como algo que sempre inicia e se converte no começo de outras coisas. Sensações congestionadas que rompem a nossa retina imaculada e ali parece aflorar as fraturas do instante presente, quase uma multitemporalidade.
Os acordes de seu campo de ação trazem à tona as assimetrias do mundo, ao teatralizar um místico movimento de corpos que se grudam como imãs, em um contínuo ato de agregar.
Esse zigue- zague de corpos integrados, como um ciclo permanente a partir de fragmentos díspares que se ordenam /desordenam através de uma clave sensorial, aponta para um espaço de colisão entre arte e vida, ao transitar sobre a incerta tarefa de construção do mundo.
A orbita poética de seu trabalho aponta para formulações plásticas evocativas, um repositório de vivências periféricas e enigmas existenciais, criando uma espécie de interlúdio lírico com a natureza. Um desejo de ordem e a certeza do caos.”
Vanda Klabin
Abril 2023
“Derretendo” fica em cartaz na Artur Fidalgo galeria até 18 de maio. A inauguração é aberta ao público.
Endereço: Rua Siqueira Campos, 143, 2o piso, loja 1 – Copacabana. A galeria fica no segundo andar do Shopping Cidade Copacabana.
Horário de funcionamento: segunda a sexta das 10h às 19h. Fim de semana mediante agendamento.