Elis Cardim natural de Ipiaú, no centro-sul da Bahia, a designer radicada em Salvador vem ganhando destaque entre as marcas brasileiras de moda pelas criações que valorizam o artesanato e o produto 100% brasileiro, luxuoso e exclusivo.
Feito de fios de seda em vez de algodão, a marca baiana conquista clientes fiéis e apaixonadas graças ao crochê de luxo. O toque da seda deixa vestidos, saias, tops e quimonos com peso, textura e brilhos diferentes. Uma sofisticação que nada lembra ao tradicinal crochê praiano vendido à beira-mar.
Na coleção mais recente, batizada Entrelaços, Elis explora peças feitas em crochê utilizando fios de seda reciclados e tingidos com pigmentos vegetais de fontes como café, eucalipto e pinus. O tingimento é uma técnica sustentável que vem ganhando protagonismo na moda.
Elis Cardim mesclou os fios tratados com outros chamados de primitivos, cuja aparência irregular forma texturas únicas. Entre as peças presentes estão: blazers, vestidos, camisas, calças, saias que se misturam com o fio primitivo junto com o liso e o blend de seda com viscose reciclada, tingidos em casca de cebola, eucalipto, erva-mate, café e casca de pinhão.
As tramas são tingidas naturalmente e construídas com fios de seda com casulos que normalmente são rejeitados, com impacto sustentavel Elis aproveita-se desse re-olhar sobre os conceitos de luxo para mostrar que esses rejeitos, aliados à preciosidade nacional do trabalho manual, podem render peças de qualidade.
No seu primeiro desfile, a criadora exibiu as possibilidades dos crochês que ganham graça maior na mescla dos fios de seda brutos — que ajudam a criar texturas e desenhos nos corpos e vestidos. Para além, já que nem só de seda vive uma mulher, exibiu mix do fio com viscose descartada e peças de linho em parceria com a alend oficial, também baiana. Moda feita no Brasil do jeito certo.
Texto e Montagem Matéria – Francisco Martins – Jornalista de Moda
COLEÇÃO ENTRELAÇOS – ELIS CARDIM @eliscardim_oficial