Sabe, eu estava aqui almoçando e assistindo TV com o meu marido. A programação? Jornal e o que anda acontecendo no mundo.
Nessas horas, eu vejo o quanto um livro de chick lit me faz bem. E antes que você diga que eu sou a favor da alienação e por aí vai, quero dizer que a maioria das notícias só colabora com a minha ansiedade e a mantém por aqui firme e forte.
Comédias românticas literárias deixam a minha vida mais leve. Por mais que eu já tenha escutado muito que essa é uma leitura rasa e que não acrescenta em nada. Me perdoem, mas o preconceito que é.
Tudo bem não gostar do gênero, é um direito seu. Em contrapartida, como leitora assídua desse tipo de história, posso dizer com convicção que já me ajudaram e ajudam em momentos que assistir jornais só me trazem um único pensamento: meu Deus, onde vamos parar?
Livros “de mulherzinha”, um termo bem pejorativo por sinal, não falam de temas irrelevantes. Premissas de literatura chick lit me ensinam sobre luto, igualdade, família, amigos, empoderamento, vida profissional. Muitas dessas narrativas são um sacode. Porém, de maneira que faz o leitor olhar a realidade a partir de uma visão mais otimista e quase sempre é possível praticar os aprendizados.
Nas entrelinhas, eles diminuem sintomas ansiosos e mostram o que pode ser feito de diferente no dia a dia. Para mim, funciona como uma terapia extra. Acho que é por isso que sou uma das maiores defensoras de chick lit.
Mas afinal o que é esse gênero?
Eu vejo assim: como histórias com protagonismo feminino, no mundo contemporâneo, através de uma escrita leve e com um toque sutil (ou não) de comédia. Aborda romance, mas vai muito além: dá para tirar lições valiosas sobre praticamente tudo, incluindo relações abusivas, os mais variados preconceitos, lidar com a depressão, dentre tantos outros temas. A única diferença é a forma como são entregues ao leitor.
Eu gosto de outros estilos e tento sempre ampliar o meu leque. Contudo, esse em questão, que surgiu na década de 80, nos EUA, me dá um suporte necessário para olhar as nuances da vida.
Sou jornalista e entendo a importância da mídia como um todo. Não sou contra assistir jornais e afins. Mas sou super a favor de dar uma respirada dentro desses cenários menos intensos. Muitas vezes, até são incômodos, porém tentam solucionar o problema e não focar apenas nele. Juro, eles podem surpreender de maneira positiva e acrescentar mais do que a gente escuta e lê todos os dias.
Não é se alienar. Não é não ler clássicos da literatura. Mas é dar um suspiro de alívio de vez em quando. Nem sempre condiz com o mundo real, entretanto, de algum jeitinho o leitor irá absorver e conseguir pôr em prática.
E posso falar mais uma verdade? Às vezes a gente só quer relaxar mesmo através de uma leitura que faz perceber que vale a pena viver, mesmo com os inúmeros problemas.
Então, se eu puder te dar um conselho hoje: desligue a notícia que te faz mal e leia um chick lit ou algo que te dê esperança e traga fé. Depois me conta, ok? 🙂