Oi, pessoal. 🙂
Sempre falo que o meu gênero favorito é chick lit. Mas, ao mesmo tempo em que amo histórias leves, gosto de sair da minha zona de conforto literária e embarcar em livros diferentes do que estou acostumada.
Geralmente, rola um preconceito em relação à autoajuda. Porém, têm muitos que ajudam mesmo. Até a lidar com aqueles anseios que volta e meia deixam a gente pensando nos piores cenários.
E uma das leituras que finalizei esse ano foi “A morte é um dia que vale a pena viver”, da autora Ana Claudia Quintana Arantes. O título assusta, em contrapartida, me fez olhar através de um outro ponto de vista sobre a morte e, claro, sobre a vida.
Essa obra foi lançada em 2016 e ganhou uma edição recente (da Editora Sextante). Nela, a autora aborda o tema finitude sob um ângulo interessante e a arte de perder. Sim, ela inverte a perspectiva do senso comum e o leitor é convidado a repensar sobre a sua própria existência e a oferecer às pessoas ao redor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida.
Assim como “A biblioteca da meia-noite”, esse livro entrou na minha lista de favoritos. Foi até tema na minha terapia. Confesso que a morte é um assunto que me provoca medo, principalmente, em relação às pessoas que mais amo. Só de pensar na possibilidade de perdê-las, a angústia toma conta.
Ainda tenho receio, contudo acho que consegui compreender alguns pontos: como valorizar cada encontro com a família e amigos. Conheci um pouco sobre cuidados paliativos e achei bem interessante a proposta.
Nem tudo são flores e as partes mais teóricas do livro me deixaram perdida e em outras achei que a autora foi muito simplista. Concordo com muita coisa, mas se o leitor está passando por um período muito difícil, talvez acredite na frase clichê “falar é fácil, né?”.
Tirando essas ressalvas, aproveitei cada capítulo. Tirei lições valiosas e aproveito para destacar algumas: uma das certezas da vida é de que esse é o destino de todos, porém, a outra é a de que estamos vivos agora. Então, ter uma vida digna é direito e dever nosso! Sendo assim, será possível termos uma morte digna também.
Outro ponto interessante é que muitas pessoas estão mortas por dentro, mesmo estando vivas por fora. Também encontramos trechos sobre arrependimentos, vida profissional e pessoal, luto e a importância de vivê-lo.
E uma parte, talvez polêmica (dependendo do ponto de vista), é de que não é porque alguém partiu que tem de virar “santa”. Aliás, em muitos casos de abandono, é justamente por conta do que a pessoa acabou plantando no decorrer dos anos. Claro que há casos e casos, entretanto, não cabe a gente julgar o outro.