Estreou no dia 01.09.2023 a peça teatral A Inquilina, texto da autora norte-americana Jen Silverman. A tradução e adaptação é de Diego Teza. É o início da temporada carioca, no teatro do Centro de artes da UFF, em Niterói, uma vez que já estiveram em terras paulistanas. É uma temporada curta, de duas semanas.
O texto narra o encontro de duas mulheres, Sharon e Robyn. Elas não se encontram no melhor momento de suas vidas. Estão esgotadas, cansadas. Elas já ingressaram na carreira dos seus cinquenta anos de idade. Esse encontro mudará radicalmente a vida das duas. Recomeçar e Reinventar são as palavras chaves do texto. A Inquilina diz respeito à capacidade dessas mulheres experientes se reinventarem e se aceitarem.
A atriz Luisa Thiré interpreta Sharon. Está é uma dona de casa, divorciada, tem um filho, mora numa área rural. Ela vive sozinha, suportando o amargor da solidão, e não está conseguindo mais se manter sozinha. Precisa, com urgência, reinventar sua vida.
Com recursos escassos, Sharon decide alugar um quarto de sua residência. E é procurada por Robyn, interpretada pela atriz Carolyna Aguiar, interessada na vaga. Esta é mais descolada, cosmopolita, vivia no Bronx em New York, vegana, também mãe, e lésbica. Quer paz e tranqulidade. Está procurando um local para se esconder. Então vai em busca de uma casa no campo.
São duas mulheres diferentes, com personalidades distintas, que quis o destino que se encontrassem. Dessa casualidade, uma relação amigável e íntima despontará. Pois tudo em Robyn desperta uma curiosidade avassaladora em Sharon. Quando esta começa a descobrir os segredos de sua inquilina, sente-se encorajada a transformar sua vida completamente. Sharon quer experimentar.
Luíza Thiré e Carol Aguiar estão perfeitas na construção de suas respectivas personagens. Elas deixam transparecer entrosamento e afinamento. Fazem rir, mas também chorar.
A direção do espetáculo é de Fernando Philbert, que não inventa nada, foca no texto, e na atuação e interpretação das duas atrizes.
Os cenários de Beli Araújo são adequados e também simples. No centro do palco há uma mesa de cozinha, onde se desenvolve praticamente os principais diálogos. Há ainda a varanda, e um cercado entreaberto na boca de cena.
Por sua vez, os figurinos de Karen Bustolin são também adequados e ajustados ás características das duas personagens.
O espetáculo é bem produzido, e traz a marca da competente Bárbara Montes Claros.
Quem quiser conhecer mais sobre Sharon e Robyn pega a barca, atravessa a Baía de Guanabara, e adquira os seus ingressos. Não irão se arrepender. Elas são excelentes!
Texto crítico redigido por Alex Gonçalves Varela.