Quando os pais se separam existe uma dor que é inevitável para todos os integrantes da família. Para os adultos é a perda da relação, a sensação de fracasso pelo fim do casamento, o medo da reconstrução, enfim, uma série de dores que precisarão ser cuidadas. Para os filhos, as mudanças acarretadas giram em torno da convivência com os pais.
A forma como os adultos lidarão com a separação e como vão conviver com os filhos a partir daí, gerará ou não maiores consequências emocionais para as crianças. A ausência de um dos genitores na vida dos filhos pode influenciar negativamente a percepção e a autoestima e contribuir para a construção de uma autoimagem ruim, para o surgimento de ansiedade, desenvolvimento instável e dificuldades para controlar a agressividade, a impulsividade e sentimentos depressivos.
Muitas crianças e adolescentes podem apresentar problemas comportamentais por causa da separação dos pais como baixo rendimento escolar, somatizações, agressividade, irritabilidade sem motivo aparente e dificuldades na aceitação de novos parceiros.
Por isso, a participação dos genitores na vida dos filhos é essencial para um desenvolvimento socioemocional saudável. Pais que se comunicam, interagem e participam da educação e das atividades das crianças, ajudam a melhorar suas habilidades sociais e saúde mental.
Na maioria dos casos, a guarda compartilhada é a opção para que os filhos possam conviver tanto com o pai quanto com a mãe e assim fortalecer os vínculos e o envolvimento afetivo com ambos os genitores.
Quanto mais tempo os pais passarem com seus filhos melhor será para o desenvolvimento psicológico, acadêmico e social da criança.
Andreia Calçada é psicóloga clínica e jurídica. Perita do TJ/RJ em varas de família e assistente técnica judicial em varas de família e criminais em todo o Brasil. Mestre em sistemas de resolução de conflitos e autora do livro “Perdas irreparáveis – Alienação parental e falsas acusações de abuso sexual”.