Matéria por: Budah Marcio
Que a cena rock no Rio de Janeiro está viva e na ativa todos sabemos, e na noite de domingo (7) o Selo Rockambole fez um festival no Circo Voador reunindo nomes que apontam para um horizonte de renovação no cenário nacional.
E essa nova geração é boa, ousa misturar rock com outros elementos – flertando com MPB, pop, jazz, samba – sem deixar de lado as raízes do gênero que transcende gerações, tem um público que se renova com o tempo e nos shows comparece, canta, pula e se diverte junto a cada música.
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Vindos de São Paulo pela 1a vez ao Rio de Janeiro, a banda Pluma abriu a noite. Mostrando um som agradável, moderno, a pluma flutua num som ora tranquilo, ora swingado, com texturas de teclado, grooves de baixo, e voz suave, a banda faz juz ao nome. Flutua macio entre ritmos e nuances, e desde o início deu pra perceber que o público estava curtindo, se emocionando e dançando. As músicas “leve” e “mais do que sei falar”, além de “Revisitar”, com participação do Pedro Martins, da banda O Grilo, fizeram a galera dançar e cantar logo no início da noite.
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Das 5 bandas que se apresentaram, Aquino e a Orquestra Invisível foi a única representante do Rio de Janeiro. E seguiram com o astral lá em cima, com um show super dançante, bons flertes de vozes, rock leve, dançante, feliz, indie, com pitadas de pop, axé, e indie, claro. Destaques para “Pitaya” e “Pra dançar” e “20 anos e meio”, que fizeram o público cantar junto e festejar numa noite feliz.
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Os gaúchos da Dingo são um quarteto indie rock com teclado e baixo calibrados, vozes dobradas e coros bem trabalhados, e músicas dançantes. As letras e refrões pareciam uníssonos com o público em algumas músicas. E que show legal o desses caras! Mas não era pra menos, já que logo no seu disco de estréia, em 2018, ficou em 31° como melhor album do ano pela revista Rolling Stones Brasil. Agora com “A vida é uma granada”, a Dingo parece estar na boca do povo, que não parou um minuto sequer e cantou junto sem parar várias músicas.
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De Belo Horizonte veio a banda Daparte, com seu pop rock romântico e dançante na turnê do álbum “Fuga doce”, lançado ano passado. Com o DNA do pop rock nacional bem presente nas boas vozes, letras e nuances pop rock, conseguem criar um clima bom, agitar o público e fazer cantar e dançar junto passando com louvor em vertentes e estilos, sempre com a platéia cantando junto. Destaque para “Calma”, “você gosta dela” e “Pescador”, parceria com Zé Ibarra, e a dobradinha com o pessoal da banda O Grilo tocando “Tira a roupa” do grupo Paulista levou o público ao delírio. Showzaço!
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Um dos nomes mais aclamados pelo público, O Grilo apresentou músicas fáceis de cantar, que pareciam hits na ponta da língua da plateia. Carismáticos, eles animam, botam pra dançar e cantar, dominam o público simplesmente com alegria em forma de música. Não foi a toa que estiveram no Lollapalloosa 2019 e fecharam a noite do festival do Selo Rockambole no Circo Voador com louvor, depois de terem participado em algumas das apresentações anteriores, como numa grande festa. Destaque para as músicas “Serenata existencialista”, “Trela” e “Guitarrada”.
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Domingo ficou comprovafo mais uma cez que essa nova geração flerta com rock e MPB, com samba e jazz, namora o pop – e quem quiser – sem nunca deixa de ser rock. Aliás, o rock não erra nunca. Ele se reescreve sempre certo, mesmo que por linhas tortas, com boas letras e melodias marcantes. Viva a música brasileira!
Agradecimento especial à Julia e todo prssoal do Selo Rockambole, ao Ygor e a Luiza pela iniciativa ao Luciano da Tomarock Produções por toda luta pelo rock carioca. Obrigado por toda ajuda na noite. E obrigado às bandas pelos shows e recepção.