O ato, escritor e produtor cultural Fernando Trauer tem trabalhos de referência na sua trajetória profissional. Atualmente em cartaz com “Bárbara”, solo de Marisa Orth, Fernando produzir espetáculos de referência como “O Mistério de Irma Vap” na visão do diretor Jorge Farjalla com Mateus Solano e Luis Miranda, “Quase Normal” com Monique Alfradique, entre outros, além de eventos como o 17o Prêmio da APTR, dos produtores do teatro brasileiro, que aconteceu esse ano de 2023 na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.
De origem gaúcha, Fernando foi criado em Santa Catarina e depois mudou-se para São Paulo e Rio de Janeiro. Formado em Direito pela UFSC e tendo cursado alguns períodos de Medicina, foi nas artes que Fernando se encontrou. Primeiramente como ator e, em seguida, como produtor. No cinema atuou nos filmes: Deuses de Mentira, A Culpa, Bruxas – que participou da Mostra Paralela de Cannes 2010 – França; Ballet das Coisas, Retrato Falado, Oh Céus e Reverso. No teatro atuou em peças como Demônios de Cada Um, Noite de Reis, Esperando Godot, Macaco Peludo, O Fingidor, Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel e D. Pedro II, O Grande Sucesso, VOX, Jornada de um Imbecil até o Entendimento. Foi administrador do Teatro Commune (SP) e Coordenador de Operações do Teatro Porto Seguro (SP). Em Produção Executiva, trabalhou com Eudósia Acuña Quintero, o italiano Enrico Bonavera, Luis Miranda, Mateus Solano, Alexandre Nero, Monique Alfradique, Marisa Orth, dentre outros tantos atores.
Apaixonado pelo universo teatral, Fernando tem por hábito ouvir especialmente os artistas e produtores com mais idade e, assim, levantar histórias e saber seus contextos, que na maioria das vezes não têm registro. Através da conversa vai colhendo essa história oral das artes e dos artistas do Brasil com quem trabalha ou tem contato. Uma outra paixão desse inquieto ator e produtor é colecionar objetos de arte, além de objetos antigos e suas histórias. Não é difícil esbarrar com Trauer no Shopping dos Antiquários, em Copacabana, por exemplo. Por lá, Fernando descobre itens especiais e faz amizade com os donos das lojas. Foi assim que recentemente descobriu dois itens muito especiais na sua coleção: um carneiro e um pastor, esculpidos em madeira, que foram de propriedade do grande produtor Luiz Carlos Miele. Fernando fez uma pesquisa e descobriu uma foto de Miele em sua última residência em São Conrado, onde aparece o carneiro em questão. Como bom fã de Miele e, especialmente de Elis Regina, uma das artistas produzidas por Mielle, Fernando se viu quase obrigado a comprar os objetos e batizou o carneiro carinhosamente de “Mielinho”.
Fernando também mantém em sua casa objetos que foram de seus pais, como móveis rústicos, da designer de origem alemã Elisabeth Rosenfeld, radicada em Gramado, no Rio Grande do Sul, responsável por divulgar o ofício da escultura e artesanato na região. Elisabeth também foi a designer que criou a escultura Kikito nos anos 1960, que em 1973 tornou-se o prêmio Kikito, maior premiação do cinema brasileiro, mais tarde sendo mantido esculpido pelo artista Xixo. Os pais de Fernando adquiriram da mão de Elisabeth em 1966 um Kikito em madeira. Uma verdadeira raridade que encanta a todos, especialmente os amigos artistas que frequentam a casa de Fernando Trauer no Rio de Janeiro. Objetos de cena de algumas peças produzidas por Fernando também encontraram nova morada na casa de Trauer, como o grande livro de couro e um corvo cenográfico do espetáculo “O Mistério de Irma Vap”, entre outros.
O produtor Fernando Trauer conversou com o jornalista Rodolfo Abreu sobre sua trajetória, além de detalhes de sua participação em recentes trabalhos como “Bárbara”, “Quase Normal”, “O Mistério de Irma Vap” e o 17o Prêmio da APTR. Confira a entrevista no vídeo:
Entrevista: Rodolfo Abreu
Imagens: Divulgação / acervo pessoal