Um novo documentário francês “Vjeran Tomic: O Homem-Aranha de Paris” acaba de ser lançado na Netflix. O filme retrata a história real do maior roubo de arte da história da França, realizado por Vjeran Tomic em 2010. O ladrão ganhou o apelido na mídia de “Homem-Aranha francês” por sua habilidade em escalar paredes. Realizado no Museu de Arte Moderna de Paris, o roubo que deixou a população em choque resultou no sumiço de aproximadamente U$ 100 milhões em obras de arte.
O documentário acaba fazendo a audiência refletir sobre o impacto do roubo no mundo da arte e da segurança em Paris, face à genialidade de uma mente maquiavélica em, pleno século da tenologia. O filme revela a mente de um homem com habilidades únicas e uma notoriedade igualmente distinta. A alcunha de “Homem-Aranha” não se deve apenas à sua capacidade de escalar edifícios, mas também a sua destreza em pular de telhado a telhado para entrar nos apartamentos de pessoas ricas em Paris.
A narrativa do documentário não é convencional e pode ter um início um pouco caótico, mas logo capta a atenção ao se desenvolver em torno de uma extensa entrevista com Tomic, que, após cumprir pena de prisão, concordou em falar sobre seus crimes. O filme explora as motivações por trás dos roubos de Tomic, revelando uma complexa mistura de ganância, repúdio às pessoas ricas e sua paixão pela arte, especialmente pelos impressionistas. Seria Tomic um fanático pela moderna com transtornos de personalidade e cartáter?
Quem é o “Homem Aranha de Paris”?
Vjeran Tomic nasceu em Paris em 1968 e foi mandado para morar com a avó na Bósnia quando tinha apenas dez anos. Foi nessa idade que ele cometeu seu primeiro roubo. Um ano depois, ele voltou para Paris, onde passou a juventude praticando escalar paredes de mausoléus e aprendendo uma forma de parkour. Dos mausoléus, ele foi para as paredes de apartamentos, aprendendo a invadir casas ricas para roubar itens valiosos.
Em 2004, ele conheceu Jean Michel Corvez, dono de uma galeria que se tornou um contato importante de Tomic no mundo dos roubos de arte. Tomic teve a ideia para o roubo quando Corvez mencionou que sonhava em ter um quadro de Fernand Léger. Coincidentemente, o ladrão já estava de olho em um quadro desses no Museu de Arte Moderna.
Ele passou seis noites passando um removedor de tinta na moldura de uma das janelas do local, expondo parafusos, arrancando eles e substituindo por falsos. No dia 20 de maio de 2010, Tomic conseguiu entrar no local e roubou não apenas um quadro de Léger, mas telas de Pablo Picasso, Amedeo Modigliani e Georges Braque.
Seis meses se passaram, e Tomic continuava livre, até mesmo planejando outro grande roubo. Ele acabou sendo preso em flagrante em maio de 2011, praticamente um ano depois do roubo do Museu de Arte Moderna. Ele foi julgado apenas em janeiro de 2017 e condenado a oito anos de prisão.
Atualmente, Vjeran Tomic continua cumprindo sua pena com previsão para sair em 2025. Segundo a imprensa, ele está passando muito tempo ilustrando e até pensa em abrir um estúdio próprio após sair da prisão.
O documentário está disponível em streaming pela Netflix.
Texto: Rodolfo Abreu (@rodolfoabreu)
Imagens: Divulgação