No vasto e intricado universo das artes, onde tradição e inovação muitas vezes coexistem, é fascinante testemunhar o surgimento de obras que desafiam as convenções estabelecidas. Algumas vezes, sacudindo as fundações do que conhecemos e redefinindo os limites da expressão criativa.
A arte de Thix (Thiago Noronha), artista queer não-binário, tem ocupado espaços em galerias e exposições chamando atenção não só pela qualidade técnica, mas principalmente pela representatividade. Seu trabalho atual consiste em pinturas que exploram noções de beleza, alteridade, comunidade e identidade queer.
Thix nasceu em Porto Alegre (1982) e vive na cidade do Rio de Janeiro. Estudou desenho e pintura na Barcelona Academy of Art (Espanha) e na Florence Academy of Art (Itália), além de ter feito residência no Brooklyn, NY (Estados Unidos). Por meio do rigor técnico próprio da pintura clássica, esses trabalhos confrontam seus sujeitos à uma linha de tempo que vai reivindicar a presença de corpos até então interditados em espaços de arte, com o propósito de refletir sobre as identidades fixas definidas em termos binários ao mesmo tempo em que questiona os processos históricos de representação, corporalidade e pertencimento.
Neste sentido, tanto seus autorretratos, quanto retratos de anônimos ou de ícones da comunidade queer, como Isabelita dos Patins, Indianarae Siqueira e Laura de Vison, constroem uma proposta de revisão histórica ao visibilizar vivências marginalizadas ao mesmo tempo em que põem em relevo os processos transversais pelos quais pessoas pensam e constituem suas próprias identidades e subjetividades.
Thix reflete sua produção de retratos: “Pintar retratos é operar no campo da memória. É afirmar no futuro que o passado existiu, de forma não só possível, mas grandiosa. O trabalho que exibo hoje visa estabelecer pontes que desafiam noções estanques sobre centros e margens”, afirmou.
O interesse primordial do trabalho de Thix é reformular asnarrativas sobre vivências marginalizadas/silenciadas, geralmente apagadas das representações convencionalizadas na tradição da pintura clássica figurativa – historicamente orientadas por padrões e alegorias heterossexistas.
Durante sua trajetória profissional, Thix teve trabalhos selecionados nas competições Figurativas 2021 (MEAM, Barcelona / Espanha) e Royal Society of Portrait Painters (Mall Galleries, Londres / UK), além de ter participado de diversas mostras em galerias no Brasil, participando também da edição de 2023 da Feira ArtRio.
Nessa jornada pela visão de mundo proposta por Thix, navegamos pela coragem de romper com paradigmas, revelando novos horizontes e despertando o olhar do espectador para possibilidades anteriormente inexploradas. Este é um convite para contemplar a magia que acontece quando artistas ousam desafiar o convencional, revitalizando o panorama artístico com sua visão arrojada e inovadora.
Conheça e acompanhe o trabalho de Thix:
Instagram https://www.instagram.com/thix/
Texto: Rodolfo Abreu (@rodolfoabreu)
Imagens: Divulgação