“Cachoeirinha, lago, onda, gota, chuva miúda, fonte, neve e mar”. Que siga se transformando e em movimento, no Rio, na Bahia, no Brasil e no mundo. Coleção Paraguaçu – Verão 2025 da Handred, André N@amitala.
Inspirados nos rios emergem camisas de seda, vestidos meio slip dress mas que vão pra festa e não pra cama — eles amam sentir os olhares que atraem, calças que revelam tudo, languidez, fluidez e outras peças envolventes que alongam e redesenham a silhueta.
Meias luas que remetem ao batente de janelas aparecem em azul e amarelo, banhados pelo sol. Os pés estão no rio, mas a cabeça segue pertinho do céu, acompanhando a estrela mor e se deleitando com o entardecer — a partir da pintura da artista Beatrice Arraes. São aparições, cenas etéreas, palavras materializadas.
A simbologia metamorfoseada em garça garantiu os bordados mais sofisticados vistos em tempos. Um mergulho numa piscina de brilhos e bordados salta aos olhos em outro vestido, se no masculino André já encontrou um lugar cativo, tendo uma série de best of, no feminino ele tem a possibilidade de arriscar. Ainda bem.
Peças esvoaçantes em tons terrosos se entrelaçam com cobre dourado ganham produções para vestir. Acredita-se que quando uma irmã morre, ela vira garça e voa de volta para a África. A imagem do pássaro aparece em bordados de recortes de seda em vestido de veludo, e ainda inspira o movimento de algumas capas.
A viagem rendeu várias outras interferências nas peças, como as contas de vidro bordadas na seda, fazendo conexão com as lágrimas de vidro. Já os bordados em formato de meia lua vieram de batentes de janelas de casas antigas. E estampas fizeram referência à mudança de cor das águas do Paraguaçu ao longo do seu curso.
Texto e Montagem Matéria – Francisco Martins – Jornalista de Moda
COLEÇÃO PARAGUAÇU – VERÃO 2025 – HANDRED @handredstudio