Chico Vartulli – Quem é Roberto Rubio Cunillera? Qual é a sua formação?
Roberto Rubio é um cidadão dominicano casado com a Sra. Verônica Parente, brasileira, pai de duas meninas, amante dos “anjos de quatro patas”, gosto dos esportes. Minha formação é economista e administrador de empresas. Do ponto de vista profissional, neste momento, sou servidor público, representando meu país como Cônsul Geral da República Dominicana para os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Ceará. Nossa missão consular está sediada na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro.
Chico Vartulli – Quais foram os postos que já ocupou no Ministério das Relações Exteriores do seu país?
Roberto Rubio – Como servidor público, consegui servir o meu país em duas ocasiões. Primeiro como Vice-Ministro Administrativo e Financeiro do Mirex por dois anos e agora, como Cônsul Geral.
Chico Vartulli – O que é um diplomata de carreira e um diplomata político?
Um diplomata é um funcionário público que, por carreira ou nomeação política, representa o seu país nas relações internacionais.
Roberto Rubio – Pode-se dizer que um diplomata de carreira é aquele servidor público que, por profissão, está inclinado à constante preparação, especialização e, portanto, acumula experiência na formação das relações internacionais.
Um diplomata político é a opção que o Estado tem de escolher um cidadão do seu país que, embora não escolheu a carreira diplomática, reúne um conjunto de qualidades pessoais e profissionais com o perfil necessário para representar seu país e desenvolver um bom serviço à sua comunidade e ao seu país.

Chico Vartulli – Assim sendo, entende-se que um diplomata de carreira é mais confiante (mais qualificado) do que um diplomata político?
Roberto Rubio – Talvez sim, talvez não. Na minha curta trajetória nesta profissão, tenho visto as duas situações, em cada uma das habilitações diplomáticas.
É importante reconhecer que os diplomatas de carreira possuem formação, experiência e, portanto, conhecimentos mais profundos no exercício diplomático; é fácil conhecer o seu perfil.
O político, sendo a minha designação política, pode ser considerado “circunstancial” onde coloco em prática a minha formação pessoal e profissional incluindo a minha experiência como empresário para alcançar objetivos e benefícios tangíveis para o meu país. Além da formação profissional, penso que o importante não é ser conformista, é estar comprometido e como dizemos no meu país “à milha extra”, mesmo que isso signifique sacrificar a família e a si mesmo. É dar o melhor, de corpo e alma, colocar à disposição todas as qualidades pessoais e profissionais, e ter muita clareza sobre a responsabilidade assumida e o dever com o país, é ter uma atitude proativa para gerar oportunidades. Na soma, é construir uma solidez pessoal que lhe permita gerar ações que beneficiem os interesses do seu país.
Esse é o segredo do sucesso.
Chico Vartulli – O que o levou a transferir o consulado para o centro do Rio?
Roberto Rubio – Era necessário. As instalações anteriores eram muito antigas e não conseguiam as qualidades necessárias para um exercício diplomático com objetivos. É importante destacar que, sendo uma representação do seu país, você tem a responsabilidade de prestar apoio e serviços consulares aos nossos cidadãos nacionais e estrangeiros interessados no país. Outro aspecto é ter um agente cooperativo e econômico (comercial).
A nossa decisão de transferir o consulado para o prédio da ACRJ foi graças ao amigo Sr. Sergio da Costa e Silva, que me apresentou às autoridades da ACRJ e sem dúvida apresentei a opção ao Ministério das Relações Exteriores da República Dominicana e a todas as instituições envolvidas. Agradeço também a recepção do presidente da ACRJ, Sr. Josier Marques Vilar e sua equipe de trabalho.
Chico Vartulli – Como tem se dado o seu trabalho de cooperação no Rio?
Roberto Rubio – Ao chegar ao Rio de Janeiro esgotamos as primeiras etapas programadas que eram conhecimento e fortalecimento. Agora estamos em uma etapa interessante para o meu país que é o desenvolvimento de uma agenda intensa cultural, econômica e cooperativa entre os dois países.
Com a casa em ordem entramos fortalecidos nesta interessante fase. Continuaremos a participar ativamente em feiras, conferências, workshops, webinars, etc. Já temos convênios em processo de formalização: FIOCRUZ-MSP; Prefeitura de Niterói – SDE; FBN-BNPHU; ICRJ – MIREX, etc.
Na ordem econômica comercial para este ano de 2024, estaremos programando cafés da manhã, almoços, conferências, apresentações com os principais sindicatos e atores comerciais do Rio de Janeiro e de outros Estados de Brasil.

Chico Vartulli – Algum projeto especial para aumentar o fluxo turístico de cariocas para a República Dominicana e vice-versa?
Roberto Rubio – Sim, estamos trabalhando em estreita colaboração com o aeroporto Rio Galeão e aeroporto dominicano Aerodom em conjunto com o Ministério do Turismo do nosso país, para garantir que a companhia aérea dominicana Arajet possa chegar da RD ao Rio de Janeiro. Já em 2023, Arajet está viajando da RD para São Paulo.
Para sua informação, em 2023 o fluxo de viajantes entre os dois países deverá aumentar mais de setenta por cento em relação ao 2022.
Chico Vartulli – Como é o relacionamento de um cônsul geral com o Embaixador (a) de seu país?
Roberto Rubio – O embaixador (a) no país receptor é o representante diplomático de mais alto nível. Um cônsul geral tem jurisdições específicas no país receptor, no meu caso são os Estados do RJ, ES, MG e Ceará. Além das obrigações individuais, é trabalhada uma agenda diplomática conjunta com a missão diplomática.

Chico Vartulli – Como se sente no Rio de Janeiro?
Roberto Rubio – Sou muito grato pelo acolhimento que a sociedade carioca me deu, eu sendo como mais um deles, criei amizades muitas boas. Eu me sinto como se estivesse em casa, praticamente não percebo a diferença a não ser o idioma, é muito fácil para um dominicano “virar carioca”.
Chico Vartulli – Ficou feliz com sua nomeação como Embaixador do Turismo do RJ?
Roberto Rubio – Fiquei muito feliz por pertencer a essa organização de pessoas e profissionais tão diversos, tenho grandes amigos aqui. A partir da minha participação, trabalharei para que a República Dominicana e o Rio de Janeiro estejam cada vez mais próximos, esperamos ansiosamente que esta conexão aérea direta possa ser alcançada para que mais dominicanos e brasileiros possam fazer turismo nos respectivos países. Aproveito essa oportunidade, para fazer disponível às autoridades do Estado, da Cidade e da Sociedade Civil a minha disposição para que conheçam a prática do sucesso turístico dominicano. Neste ano de 2023 estaremos recebendo um turista estrangeiro para cada dominicano residente no nosso país, ou seja, mais de dez milhões de turistas estrangeiros.
Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação