A exposição é imersiva, interativa, e de experiencia. A curadoria é de Antonio Curti, e a direção é de Felipe Sztutman.
O Sol é reverenciado e adorado desde a Antiguidade. Foi inclusive uma divindade no panteão de algumas das antigas civilizações.
Contudo, foram os filósofos dos séculos XVI e XVII, como Copérnico, Galileu Galilei, Kepler, e Isaac Newton que destruíram o paradigma geocêntrico e o substituíram pelo heliocêntrico, ou seja, o Sol está no centro do universo, iluminando-o. Os planetas giram ao seu redor, de forma circular. O movimento que a Terra faz ao redor do astro-rei produz os dias e as noites, e as estações do ano.
A afirmação da centralidade do Sol no universo nao foi fácil. Os filósofos acima referidos enfrentaram as forças da Igreja, que, na época, ainda era forte. Por exemplo, Galileu foi condenado como herético. Ia parar na fogueira. Como vivia na corte, conseguiu por meio dos seus mecenas, se retratar com a instituição religiosa e pedir desculpas. Mas, o estrago já estava feito, pois o Sol não gira. Ele está estática no centro do universo, brilhando e iluminando a Terra.
O sol não é apenas fonte de conhecimento científico. Os artistas também se inspiram nessa estrela celeste para criarem as suas produções artísticas. E, a exposição que por ora comentamos coloca o Sol presente na obra de arte.

A exposição é integrada por sete obras de arte.
Genesis, do Aya Studio, criada por Felipe Sztutman e Antonio Curti – imersiva, projeção leva o público a uma jornada visual e sensorial, explorando a história e a influencia do Sol. Relação natureza, tecnologia, e sociedade.
Aquarela de íons, criada por Gustavo Milward, e Arthur Boeira – Interativa. Científica. Dispositivo que mostra a relação do sol com os corpos celestes. Tempestades solares e íons. As manchas e as tempestades solares.
Perihelion, criada por Bruno Borne – contemplativa. Recriar três movimentos do sol: ciclo do dia, do ano, e a inclinação do eixo da Terra. Experiencia poética contemplativa.
Photosphere, criada por Vigas – experiencia audiovisual sensorial. Fotosfera solar. Composição musical contendo sons espaciais cedidos pela NASA. Essência do Sol como fonte de vida e sua influência sobre a Terra e suas criaturas.
Fluido Solar, criada por Erotidesnai – sol espiritual, interior. Essência. A natureza do ser humano e a tecnologia. Três ciclos: reconhecimento silhueta preta e branca; partículas de água; e ativa o plexo solar. As raízes que nos sustentam. Participativa e imersiva.
Continuum, criada por Sala 28, pelos artistas Junior Costa Carvalho, e Rodrigo Machado – Dados em tempo real de sistema de captação da atividade solar e meteorológica. Conectadas a um satélite. Cada cor é referente a um dado. O som também foi programado por dados. Obra técnica. Visual interessante. Barras de LED. É um raio-x do Sol.

Céu Zero, criada por Matheus Leston – abstrato. Curto circuito entre o que nós ouvimos e o que nós vemos. Painel de LED que propaga luz. Profundidade. Pensar a propagação da luz no espaço. Algorítmica. O computador vai dando a ordem e a duração. Som e elemento mínimo.
São sete produções bonitas, de qualidade, e que deixam transparecer a interação entre arte e tecnologia.
Luz Eterna é uma exposição contemporânea, com uma curadoria sensível em escolher tão belas produções artísticas, e refletir sobre um elemento essencial em nossas vidas: o Sol.
Excelente produção de artes plásticas!
Texto redigido por Alex Gonçalves Varela.