Na data de 19.09.2023 ocorreu a abertura para convidados da Nova Bienal Rio de Arte e Tecnologia no Museu do Amanhã. A idealização do projeto é de Ricardo Barreto e Paula Perissinotto, referência mundial pela realização de exposições de arte eletrônica e pela fundação do FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, realizado há mais de 20 anos.
A exposição é imperdível. Em primeiro lugar porque nos possibilita conhecer a criação artística aliada á tecnologia. São setenta obras de mais de trinta artistas de diversas nacionalidades que extrapolam os limites da capacidade criativa, tal é a monumentalidade das mesmas.
Mas monumentalidade não quer dizer grandiosidade necessariamente. Direciono o termo no sentido qualitativo, uma vez que as produções artísticas apresentam alto grau de sofisticação intelectual, fundindo arte e tecnologia.
O Museu do Amanhã foi o local escolhido e, de fato, apropriado, pois é um museu de ciências.
A exposição tem início na parte externa do museu, onde há projeções de filmes; uma escultura de uma estrela que ao tocá-la emite som e luz; polytope, escultura de fibra de carbono interativa que utiliza o corpo para dar vida; tube, instalação interativa de tela e sustentada por galões de água em que as pessoas têm a possibilidade de penetrar; e, a escultura Animaris Ordis.
Na parte interna, há diversas produções artísticas que ganham feitio por meio de vídeos, instalações, documentários ficcionais, animações, fotografias, e realidade virtual. Em todas elas há uma nítida associação entre os modernos meios técnico-científicos e a arte. E, em segundo lugar, a marca da interatividade. É uma exposição interativa. Conforme aparece no release redigido para a imprensa sobre a exposição, as obras “revelam DNA da Inteligência Artificial em instalações interativas até a céu aberto na Praça Mauá”.
A primeira edição da Bienal trata de dois temas: a Nova Estética; e a Supercriatividade na era da Inteligência Artificial.
No âmbito do tema da Nova Estética, vale destacar a obra Petting Zoo, instalação interativa inglesa, em um ambiente robótico especulativo, habitado por criaturas de Inteligência Artificial que interagem com os participantes.
Por sua vez, no tema da supercriatividade, destacamos a obra Heart Machine –Solar Ash, dos Estados Unidos. É o segundo jogo da Heart Machine. É a jornada através de um mundo surreal.
A exposição exalta a diversidade da arte e tecnologia. A inovação, o fomento à reflexão, e a possibilidade da troca de conhecimento são objetivos que perpassam toda a mostra. E, o conceito de NOVA que aparece no título da exposição expressa bem o que estamos comentando.
Nova está na fusão entre o modo de fazer artístico e a inovação tecnológica. Nova significa que a arte se funde com a tecnologia de formas fantásticas. A partir dessa fusão, o conceito Nova é construído. Na exposição, a tecnologia não é apenas uma ferramenta de produção e consumo, mas sim um instrumento poderoso de criação artística e poética.
Portanto, é uma exposição contemporânea por excelência, deixando transparecer como os avanços tecnológicos auxiliam os artistas em suas criações. Arte e tecnologia estão juntas, de mãos dadas, ajustadas, se fundindo e proporcionando inovações. Elas se complementam, não se opõem.
Vale muito a pena visitar a mostra. Indico! Tanto que ela passará a fazer parte do calendário de programação cultural do Rio de Janeiro.
Texto redigido por Alex Gonçalves Varela.