O texto de autoria de Eric Herrero é voltado para o público infantojuvenil, construído com uma linguagem simples, de fácil entendimento, didática, bem-humorada e jocosa. Busca passar aos jovens o conhecimento sobre a história das orquestras, a sua composição, a família dos instrumentos, os relevantes compositores e as canções que os eternizaram.
A correta direção cênica do concerto é de Mateus Dutra.
O tom didático do concerto se observa na própria escolha dos mestres de cerimônias: dois palhaços, Goiabada, e Marshmallow, interpretados pelos atores Bruno Fernandes e Ludoviko Vianna. Os dois dão o tom divertido e descontraído do concerto. Eles interagem com a plateia, convocando a todos para também participarem. É um concerto interativo.

Os dois palhaços iniciaram explicando a diferença entre os termos conserto e concerto. O primeiro tem o sentido de consertar, reparar algo que foi danificado. E, o segundo tem o sentido de apresentação musical.
A seguir, entraram os primeiros músicos. E os palhaços explicaram quem é o spalla, o primeiro violino de uma orquestra, e é responsável por apoiar o maestro. É o seu assistente.
Em sequência, Goiabada e Marshmallow anunciaram o responsável pela regência do concerto: o maestro Felipe Prazeres. Ele conduziu de forma leve, descontraída, interagindo com os palhaços e com o público, e mantendo a segurança, eficiência e a firmeza de sempre da sua orquestra.
Prazeres iniciou com uma pequena orquestra, constituída por violinos, violas e violoncelos.
A seguir, iniciou a apresentação dos compositores e suas canções.
O primeiro foi Antonio Vivaldi, com Primavera. O solista Daniel Albuquerque (violino) se apresentou de forma correta.
O segundo foi Johann Sebastian Bach, compositor de Badinerie, suíte n. 2.
Prazeres explicou que Bach é considerado o pai dos músicos. E explicou o termo suíte, um conjunto de danças. A solista Sofia Ceccato (flauta) se apresentou de maneira correta.

Dando continuidade, Prazeres entrou no período clássico, rococó, com Wolfgang Amadeus Mozart, que compôs Pequena Serenata Noturna, primeiro movimento.
Nesse momento, a orquestra foi ampliada com contrabaixos.
Logo a seguir, Prazeres nos apresentou Gioachino Rossini, com o seu Dueto dos Gatos, Dueto Buffo di Due Gatti, interpretado pelas solistas “gatinhas” Carolina Morel, e Loren Vandal (sopranos).
A apresentação foi realizada com piano. E as duas solistas se apresentaram de forma divertida e bem-humorada. A plateia curtiu bastante!
Continuando com Rossini e a Ária de Fígaro. O Barbeiro de Sevilha. O solista responsável pela apresentação foi Fernando Lorenzo (barítono), com uma correta performance, e uma voz potente e afinada.
O maestro Prazeres a partir dessa apresentação passou a reger com a batuta. Mas explicou que nem sempre foi assim. Até cajado já foi utilizado pelos regentes!
A orquestra foi sendo ampliada. Foram introduzidos os instrumentos de sopro.
Entramos no período romântico. E Prazeres nos brindou com Ludwig van Beethoven e a sua quinta sinfonia, primeiro movimento.
Introdução do instrumento oboé, e a ampliação da orquestra.
Momento sublime se deu com Piotr Ilitch Tchaikovsky e o seu Lago dos Cisnes, Ato 1 N. 9 (final ato 2).
A bailarina Liana Vasconcelos interpretou o cisne branco. Ela realizou uma bonita apresentação, exibindo técnica e emoção.

Um novo instrumento foi introduzido na orquestra, o tímpano.
E, finalmente, chegamos ao Brasil. Por aqui também temos grandes compositores, que produziram relevantes produções musicais, e foram reconhecidos em nível nacional e internacional.
Prazeres nos apresentou Heitor Villa-Lobos, compositor brasileiro, e o seu Trenzinho do Caipira. O maestro explicou que a música integra as Bachianas, em homenagem a Bach, que, como ele informou, é o pai dos músicos. Villa-Lobos combina a música folclórica e popular brasileira com o estilo de Johann Sebastian Bach.
Nesse momento, a orquestra estava completa.
Outro compositor brasileiro apresentado foi Oscar Lorenzo Fernández e a sua música Batuque. Lembrando as nossas africanidades.
E, para finalizar, duas apresentações ímpares.
Primeiro, Georges Bizet e a monumental abertura de Carmen. A seguir, Johann Strauss II e a sua Tritsch-Tratsch Polka. Encerrou com chave de ouro!
O concerto tem um caráter propedêutico, de ensinamento. A orquestra vai sendo montada e apresentada passo a passo, e os instrumentos, regente e músicos vão sendo exibidos.
Num segundo momento, o regente nos apresenta os mais notáveis músicos em suas épocas, e as composições que foram eternizadas. Foram mencionados os grandes compositores, aqueles que nunca mais foram esquecidos. Bach, Rossini, Strauss, Tchaikovsky, Villa-Lobos…
E, para contagiar, a alegria dos palhaços, deu um laço na tristeza, e fez a plateia sorrir e cantar!
Concerto Didático apresenta um texto voltado para o universo infantojuvenil possibilitando o conhecimento sobre uma orquestra e seus elementos integrantes; um regente que atuou como um “mestre; e de forma segura e eficiente; e um repertório musical constituído pelas obras dos grandes compositores. Ação válida para tornar mais acessível a música clássica!
Excelente produção musical!