O estilista Airon Martin se inspirou na obra de Jorge Amado para defender a valorização da moda nacional: ‘É uma narrativa vivida por mim, não é inventada por mim’.









A coleção que harmoniza o design contemporâneo da alfaiataria com a manualidade artesanal do regionalismo brasileiro. Combina os sapatos urbanos de Paula Torres (botas com canos de vários comprimentos, solados tratorados) valorizando e evidenciando o calçado, que se entrelaçam com os bordados das artesãs da Casa das Bordadeiras, em Timbaúba dos Batistas, e da Associação Rendeiras de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte (por meio do Instituto Riachuelo).









A cartela e a combinação de cores do styling de Renata Corrêa tem capítulo inédito à parte: azul bebê com vermelho num conjunto masculino de blazer e calça com camisa; rosa bebê com azul; marrom com rosa clara. O mix de tonalidades cria o cenário do agreste brasileiro na coleção.









O marrom, aliás, reinou na passarela. Entre as estampas que remetem ao sertão nordestino, há a do artista carioca Eliane Almeida (galeria Nara Roesler), que aparece em várias peças — entre elas, camisas que brincam com o estilo de se vestir dos homens das cidades pequenas do Nordeste: coloridas, decotadas, com os botões abertos.



Há recortes, experimentações, o chique, o que seria brega — tudo costurado com bom acabamento e muito humor. Dá até vontade de sair por aí com uma camisa branca com o nome Tieta pintado de vermelho.
POR FRANCISCO MARTINS – COLUNISTA DE MODA
MISCI – COLEÇÃO TIETA Verão 2026 – AIRON MARTIN @misci_