
O diretor criativo Stuart Verves mais uma vez reafirma sua predileção por inverter as proporções e brincar com o foco. Calças em patchwork de padronagens, volumosas, quase clochard, que traduzem o princípio baggy do jeans para a alfaiataria. A silhueta da Gen Z parece ter se consolidado, ainda que muitos ainda se agarrem a cortes mais secos e rentes ao corpo.



Stuart Vevers revisita códigos da cultura e da moda local – do jeans gasto às jaquetas de couro vintage, passando por referências diretas às ruas da Big Apple, como os táxis amarelos e os logos da cidade. Mas se nos últimos anos a marca buscou conquistar a geração Z coleções pop, o verão 2026 troca o excesso pela contenção.


“Pensei em um equilíbrio delicado entre o polido e o brilhante com o bruto, uma combinação que considero muito nova-iorquina. E por ‘bruto’, quero dizer a resiliência e a beleza de como a cidade ganha vida novamente a cada manhã”, disse Vevers em um comunicado oficial.


Se embaixo reina a amplitude, em cima tudo é justo, fit, quase encolhido. Jaquetas perfecto, coletes jeans e malhas que parecem ter encolhido na máquina de lavar e secar compõem esse contraponto. O resultado é cool, divertido de ver e, sobretudo, de desejar. E sim: prepare-se para uma nova onda de tops sobrepostos.



Na composição dos acessórios, a Coach valorizou o passado enquanto fala do presente. Bolsa Tabby aparece em versão clutch, as bolsas de pescoço com fecho Kisslock acompanharam brincos e colares que remetem a amuletos vitorianos: relicários em forma de coração, mini envelopes, pequenas moedas e até livros articulados, todos com bilhetes de amor gravados. Detalhes que pareciam pedir uma leitura mais íntima da coleção, quase como segredos guardados contra o ritmo acelerado da cidade.



POR FRANCISCO MARTINS – COLUNISTA DE MODA
COACH I VERÃO 2026 I NYFW
@coach


