Hiromi Nagakura, também chamado de “Samurai da câmara”, viajou por diversos locais do planeta. Já possuindo uma experiência na prática de viajar, ele chegou à floresta amazônica e seus povos nativos.
Hiromi foi guiado por Ailton Krenak na entrada na floresta. Eles realizaram diversas viagens, e como resultado, produziram conhecimento que foi publicado em livros, exposições, e documentários.
Na exposição visualizamos considerável número de fotografias de nativos, sejam crianças ou adultos, homens ou mulheres, jovens ou velhos, com arco e flecha, dormindo, correndo, jogando peteca, em corrida de tora de buriti, dançando, tocando tambor, flauta, deitados na rede, tomando banho no rio, bebendo na tigela, pescando, caçando, preparando refeições, manuseando as plantas, penetrando no meio da floresta, com indumentárias típicas, entre outras, que apresentam o quotidiano dos nativos.
Há também fotos de acidentes geográficos como o Rio Tocantins, o Rio Jordão, vista aérea do território Yanomami, rio Juruá, lagoa de Tucuruí, rio Gregório, entre outros.
Visualiza-se também um conjunto de fotos dos bastidores das viagens de Hiromi Nagakura pela Amazônia com Ailton Krenak, acompanhados da produtora e intérprete Eliza Otsuka.
Exposto também a imagem de um mapa chamado Território Imemorial ou Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak.
E, ao lado das fotografias, foram expostas peças como maracá, buzina, gravata, cesto, chapéu, tecido de algodão natural, pulseiras de miçanga, tanga de algodão com detalhes de concha, entre outras.
Complementam a exposição vídeos.
![](https://revistavislun.com/wp-content/uploads/2024/03/Vista-da-exposicao_Foto-Fabio-Souza-24-1024x683.jpg)
Durante as viagens, Hiromi e Ailton entraram em contato com diversos povos nativos, dentre os quais o povo Krikati, o povo Ashaninka, o povo Yawanawá, o Kuin, o Yanomami, o Xavante, o Ashaninka, o Huni Kuin, o Krikati, o Yawanawá, e o Gavião da Montanha.
Todos os povos nativos deixam transparecer que são uma humanidade diferente. E reconhecer o “outro”, o diferente, aquele que não é igual ao homem branco, é essencial para ter uma boa convivência com aqueles que, de fato, ocupavam o território que hoje chamamos de Brasil. Os gentios já estavam aqui, ocupando o solo e fazendo uso do mesmo. O homem branco ao chegar por essas terras desqualificou-os, violentou-os, e tratou-os de forma rude e grosseira. Não reconheceu a cultura do “outro”, o seu modo de viver.
As fotos apresentadas na exposição são fontes de conhecimento sobre os povos da Amazônia. Eles vivem na floresta, o seu habitat, em contato com a natureza, e tiram dela os recursos necessários para a sua sobrevivência. Naquele espaço, cantam, dançam, pescam, caçam, cultuam os seus deuses, realizam os seus rituais, manejam as ervas para produzir os seus medicamentos, entre outras práticas e hábitos que caracterizam o seu modo de viver. São simples, rudimentares, mas não atrasados, e tão capazes quanto qualquer outro ser humano que habita o planeta Terra.
A exposição atualiza o Brasil com o mundo, e nos apresenta uma visão da Amazônia. Essa nos é apresentada por uma visão idílica, paradisíaca, o “paraíso verde”, terra de sonhos e farturas, local de paz e sossego. Contudo, essa visão é um tanto equivocada. Os territórios amazônicos estão ocupados por garimpeiros, madeireiros, mineradores, petroleiros, refugiados, entre outros, que exploram e estragam a floresta, para além das mudanças climáticas. E a sua destruição é também a dos povos nativos que habitam a região, e vivem em íntima conexão. É, portanto, necessário superar a visão idílica.
A exposição apresenta um excelente conteúdo de imagens que nos possibilita conhecer a região amazônica e os povos que tem suas raízes fincadas naquele solo. É para todos aqueles que querem obter conhecimento sobre essa parte do território brasileiro e os diferentes povos que lá vivem com toda a sua riqueza cultural.
Excelente exposição!
Texto redigido por Alex Gonçalves Varela