O mundo está, de fato, enlouquecido. E, os seres humanos estão inseridos nesse mundo caótico. Pandemias, epidemias, guerras, fomes, desastres naturais, deslocamentos de populações forçadas, conflitos sociais, violência contra minorias, casamentos desfeitos, entre outros fatos, que deixam a todos atônitos. O planeta Terra não está para fracos! E, para ser forte, é preciso ter, em primeiro lugar, uma mente sadia, sã, feliz, equilibrada. Portanto, temos que cuidar da nossa saúde mental. E esse é o tema central da peça em tela.
Em plena noite de réveillon, Dizuíte, a faxineira da Central de Apoio aos Desesperados, tem a intenção de passar a Virada com a família. Mas, ela está no seu local de trabalho aguardando a dra. Telma, a psicóloga plantonista. Esta durante o trajeto de ida para o CAD tem algumas pequenas dificuldades e acaba por não conseguir chegar. Enquanto isso o telefone não para de tocar. São pessoas querendo um afago, uma palavra carinhosa, uma solução para um problema que lhes aflige e faz sofrer. Na ausência da psicóloga de formação, entra em ação a psicóloga da vida. E, a “faxineira-psicóloga” passa a atender as ligações telefônicas e a escutar as vozes do outro lado da linha que clamam por ajuda.
A atriz Mariana Xavier assume bravamente a função de interpretar sete mulheres, cujas respectivas histórias são conectadas através da Central de Apoio aos Desesperados. As histórias se entrelaçam porque em todas há uma aflição, um desespero, algo a solucionar. Todas elas estão a beira de um ataque de nervos!
Mariana as interpreta de forma concisa, com folego, de forma espontânea e leve. Ela faz um excelente trabalho de corpo, voz e interpretação. Tem domínio do palco e do texto, transmitindo a mensagem com segurança. Faz o público rir, mas transmite também preocupações, pois aqueles casos podem existir de fato em nossas realidades. E existem! Ainda assim, mantem o humor, amparado em graciosidade e emoção.
A atriz veste um macacão de manga curta com listas cinza e preto. Leve e facilita a mobilidade da atriz.
O cenário é também simples, mas bastante funcional. Três cadeiras em tom amarelo espalhadas pelo palco, e na parte traseira, fios pendurados caindo do teto com o alto-falante de um aparelho telefônico convencional. Ilustram os diversos telefonemas que Dezuíte teve que atender naquela noite de réveillon.
A iluminação ajuda a atuação da atriz no palco.
Nesse mundo louco, as pessoas procuram diversas maneiras de se apegar a alguma coisa para lhe passar calma. Profecias, religiões, Bíblia, cartomantes, entre outros. O que não pode acontecer é a perda do interesse pela vida. Os desafios existem, e temos que superá-los. Com mente e corpo sãos! Essa é a mensagem da produção teatral.
Ótima produção cultural!
Texto redigido por Alex Gonçalves Varela.