A exposição “Paisagem Construída”, que acaba de ser inaugurada, no [A] SPACE, em Lisboa, marca o encontro de dois artistas que têm se cruzado em diálogo assíduo nos últimos tempos, com exposições conjuntas em Madrid, Buenos Aires, São Paulo e agora em Portugal. Ambos são representados pela Galeria Patricia Costa no Rio de Janeiro.
“Esta exposição que apresentamos em Portugal é mais uma breve paragem neste caminho comum”, diz Ana Durães.
Em constante movimento, as paisagens e os artistas vão se fundindo, fazendo nascer novas formas e cores, paletas botânicas que brotam para surpresa geral. São assim estas paisagens de geração espontânea, entre rios e avenidas, montanhas e museus, oceanos e cafés.
Ana e Luiz, uma história feita de caminhos, uns empoeirados e irregulares, outros seguros e cosmopolitas.
Ana Durães, nascida em Diamantina, Minas Gerais e Luiz Dolino, natural de Macaé, Rio de Janeiro, são, ambos, artistas com carreiras sólidas e viajadas. Os itinerários, as mudanças, os diferentes olhares que ambos foram experienciando levou-os a que a ideia de paisagem se tornasse um diário gráfico de memoria, um caderno mental de cores e formas.
Dolino apresenta regularmente o seu trabalho há mais de meio século em museus e galerias no Brasil e no estrangeiro, tendo mostrado a sua obra em mais de 40 países.
Ana Durães atravessa constantemente o Atlântico para viver cerca de meio ano em Lisboa e a outra metade entre o Rio, Minas Gerais e Petrópolis.
Luis Dolino desde cedo abraçou a expressão geométrica. É através dela que o artista constrói, comunica, aponta, sublinha e reflete. A pintura, geométrica na sua forma, e que poderemos ligar ao Movimento Concretista, parte de outras reflexões, matemáticas, musicais e poéticas e assim, no momento do estúdio, materializam-se em planos de cor e forma. O ponto torna-se linha, paisagem, poema e filme. Torna-se pintura. Já Ana Durães trabalha imersa na natureza, fala com as plantas, é acarinhada pelos bichos e tem o estranho poder de chamar os pássaros que vêm comer na sua mão. Ana pinta como respira. A sua paleta é a paleta da natureza que a rodeia. A pintura que produz vem de dentro, do ponto onde tudo nasce, onde os riachos e as arvores são criadas. A mesma origem, a mesma fonte.
Serviço
[A] SPACE
Arco Escuro, 6 – Lisboa (Campo das Cebolas)
Visitação: até dia 19 de janeiro de 2024