O livro conta a história do imóvel, desde a construção em 1934, concebida no estilo normando, durante o período de urbanização da Lagoa Rodrigo de Freitas, até a abertura de suas portas ao público, em 1995.
“A Casa da Lagoa – arquitetura e história do cenário de vida de Eva Klabin”, 136 páginas, escrito pela museóloga e arquiteta carioca, Ruth Levy, revela a história da casa onde morou por mais de 30 anos a colecionadora de artes Eva Klabin. A obra resgata seus principais momentos, desde o início de sua construção, em 1934, até a transformação em museu, oficialmente aberto ao público em agosto de 1995. O lançamento aconteceu no auditório da Casa Museu, com um bate-papo.
Construída às margens da então recém-urbanizada Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões-postais da Cidade Maravilhosa, a casa de estilo normando foi criada pelo renomado arquiteto alemão Ricardo Wriedt, autor de outros importantes projetos no Rio de Janeiro, como os cinemas Odeon e Pathé, na Cinelândia. Comprada pela colecionadora, nos anos 1950, correu o risco de desaparecer para dar lugar a um imponente palacete. Mas na década seguinte, afastada essa ideia, Eva começou a grande reforma que viria transformar o imóvel no cenário de sua existência.
“A história dessa casa, que virou museu, desperta muito interesse e curiosidade. Sua rica trajetória comporta muitos momentos distintos, que culminaram no espaço de características únicas criado pela colecionadora Eva Klabin. A ideia do livro é resgatar esses diferentes momentos, desde o contexto de sua construção, como uma das primeiras casas da Lagoa e concebida no estilo normando, um modismo daquela época, até o grande projeto de reforma empreendido por Eva nos anos 1960 para transformá-la no espaço ideal para a sua coleção. Compartilhar as ‘memórias arquitetônicas’ desse espaço tão especial e único me pareceu uma ótima ideia”, destaca a autora, Ruth Levy.
Fotos: Cristina Lacerda
“A Casa da Lagoa é um livro precioso, também, para a história da constituição do bairro da Lagoa, assim como examina o ‘neogótico’, muito utilizado em residências cariocas na primeira metade do século passado, mas quase oculto nos estudos sobre as construções daquela época”, afirma o arquiteto Lauro Cavalcanti, diretor da Casa Roberto Marinho que assina o prefácio da bela edição.
“A linguagem fluida de Ruth Levy nos transporta à vinda ao Brasil da família Klabin e à trajetória de Eva no então Distrito Federal, a partir de seu casamento com Paulo Rapaport. Acompanhamos no livro a compra da casa, a insatisfação inicial com a pouca monumentalidade do “neogótico” e as subsequentes tentativas de atingir um efeito palaciano por meio de projetos “neoclássicos”. Até a decisão final de ampliar a casa sem alteração de estilo”, completa Cavalcanti.
Museóloga da Casa Museu Eva Klabin há quase três décadas, Ruth, que é também arquiteta de formação, dedicou-se a uma extensa pesquisa nos arquivos da instituição. A autora examinou fotografias, documentos textuais, plantas arquitetônicas e outros registros a fim de apresentar ao público a história do imóvel, erguido nos anos 1930. Os estudos da autora abrangeram a arquitetura, o estilo, a decoração, bem como os profissionais envolvidos nessa empreitada. Além disso, Ruth Levy destaca a determinação de Eva Klabin, que, um ano antes de seu falecimento, em 1990, fundou a instituição cultural que leva seu nome, com a visão de transformar sua residência no espaço singular que é hoje, uma referência no campo de residências-museus brasileiras.
Com design gráfico cuidadosamente elaborado e a riqueza de mais de 100 imagens, entre belas fotografias da casa e inúmeras imagens de arquivo do museu e de outras instituições, a publicação foi estruturada em quatro capítulos que representam diferentes momentos do imóvel: “Uma casa normanda na Lagoa”, “Sonhando com um palacete”, “A Mansão de Arte” e “A casa vira museu”. Os capítulos desvelam a narrativa dessa casa quase centenária, entrelaçando-se de maneira única com a história da arquitetura e da expansão da cidade do Rio de Janeiro.
Além de abordar os diferentes períodos de um recorte do legado da colecionadora Eva Klabin, o livro também compartilha algumas curiosidades que enriquecem a história desse endereço privilegiado na Zona Sul do Rio de Janeiro. Isso inclui marcos como a abertura da Avenida Henrique Dodsworth, o “Corte do Cantagalo”, o desenvolvimento de bairros icônicos como Ipanema e Leblon, bem como os desafios enfrentados pela Lagoa Rodrigo de Freitas, entre outras informações fascinantes.
“Com esta publicação, a Casa Museu Eva Klabin reafirma mais uma vez seu compromisso com a preservação e a difusão da memória como ferramentas indispensáveis para a construção do futuro da sociedade e contribui com um capítulo importante para o registro da história da arquitetura na nossa cidade”, diz José Pio Borges, Presidente da Casa Museu Eva Klabin
Sobre a autora
A carioca Ruth Levy é arquiteta e museóloga, pós-graduada em história da arte e arquitetura no Brasil, pela PUC-Rio, e doutora e mestre em artes visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ. É museóloga da Casa Museu Eva Klabin atuando nas áreas de projetos, exposições, publicações, acervo, pesquisa e programação, entre outras. É autora dos livros A Exposição do Centenário e o meio arquitetônico carioca no início dos anos 1920 e Entre palácios e pavilhões: a arquitetura efêmera da Exposição Nacional de 1908, publicados pela EBA/UFRJ, além de textos e artigos para livros, revistas e catálogos. Foi curadora da exposição “1922|2012: 90 anos da Exposição do Centenário”, Centro Cultural dos Correios, RJ, 2013, e assistente de curadoria da exposição “Viagens de Eva”, Casa Museu Eva Klabin, RJ, 2012.
Serviço:
A Casa da Lagoa – arquitetura e história do cenário de vida de Eva Klabin
Ruth Levy, 136 páginas, R$ 50,00
Venda na Livraria Travessa e na Casa Museu Eva Klabin
Formato: 16 x 23 cm; Miolo em couché fosco 115g/m2 / CMYK + verniz offset fosco;
Designer Verbo Arte Design / Fernando Leite; Alice Garambone
A Casa Museu Eva Klabin
O imóvel abriga a coleção reunida por Eva Klabin, um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, contando com mais de duas mil peças que cobrem um arco de tempo de quase 50 séculos, do Egito Antigo ao Impressionismo. A coleção está em exposição permanente e aberta ao público na casa-museu instalada na residência em que a colecionadora viveu por mais de 30 anos e abrange pinturas, esculturas, mobiliário e objetos de arte decorativa. A Casa oferece programação cultural variada, que inclui, além das visitas ao acervo, atividades como concertos e shows, oficinas, cursos, conferências e exposições temporárias.
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 | Lagoa | Rio de Janeiro |RJ|
http://evaklabin.org.br | IG @evaklabinoficial
Contato geral:
(21) 32028550 (de terça a domingo |14h às 18h)
cultura@evaklabin.org.br