Definida como uma orquestra de atores regida pelo maestro Hugo Rodas (in memorian), a Ata – Agrupação Teatral Amacaca concentra-se na experimentação em dramaturgias do corpo e desenvolve seu trabalho no limiar do teatro-dança, linguagem que marca o diretor. Com uma trajetória de 16 anos, o coletivo brasiliense faz, pela primeira vez, uma ocupação no Rio de Janeiro, com três espetáculos de seu repertório. De 30 de maio a 29 de junho, o grupo estará no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro com os espetáculos adultos “2+2=5” e “Se eu fosse eu – Clarices” e o infantil “Os Saltimbancos”.
“Somos um grupo que trabalha com o legado de Hugo Rodas, muito focado na fisicalidade, porém, com sua morte, estamos começando a experimentar outros formatos a cada espetáculo. O que une todos os três é a veia política”, explica a atriz Camila Guerra.
“Os Saltimbancos” narra as aventuras de quatro bichos que, explorados por seus donos, resolvem fugir para a cidade e tentar a sorte como músicos. Mais de 40 anos se passaram quando Hugo Rodas e sua trupe criaram a antológica versão brasiliense de “Os Saltimbancos”, adaptada para o português por Chico Buarque, da versão para teatro de Sérgio Bardotti e Luiz Enriquez Bakalov, do conto “Os Músicos de Bremen” dos Irmãos Grimm. Vencedora do Prêmio Nacional do Teatro na categoria Melhor Espetáculo Infantil em 1977, o espetáculo foi um marco na carreira de Hugo Rodas em Brasília e de todos os envolvidos no Grupo Pitú. A peça reestreou em 2019, na celebração dos 80 anos do diretor (1939-2022). Mais de 20 mil espectadores já assistiram à remontagem.
A encenação original, marcada pelo vigor do elenco, pela abordagem inteligente e pela força do coletivo, ecoava os sonhos de uma geração sob a ditadura. Hoje, com a mesma energia, a nova produção reafirma a mensagem atemporal da obra: a união, a fraternidade e a luta por um mundo mais justo, representados pela jornada do jumento, do cachorro, da galinha e da gata que formam uma banda musical. Misturando teatro, dança, circo e música, o espetáculo mantém sua urgência e relevância, provando que, mesmo após tantos anos, a arte continua um poderoso instrumento de transformação e resistência.
“Nos anos 1970, em plena ditadura militar, a montagem não contava com bichinhos fofinhos andando pelos palcos, os figurinos imitavam uniformes de futebol em alusão ao povo brasileiro duramente oprimido pelos milicos. Os “bichos” eram representados pela linguagem física do teatro-dança proposto pelo aclamado diretor uruguaio. Quase 50 anos depois, a Agrupação Teatral Amacaca celebrou este marco artístico candango com uma remontagem da peça. Desta vez, já com artistas que não só tiveram um treinamento intensivo de anos com Hugo Rodas, mas que também sabiam tocar instrumentos musicais e realizar acrobacias. Foi um sucesso! Para nós, foi uma realização homenagear e manter viva a tradição de um teatro ao mesmo tempo lúdico, político e visceralmente estético”, celebra o ator Flávio Café.
Formado pelos atores Abaetê Queiroz, Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari, Pedro Tupã, Victor Abrão, Márcia Duarte e Rosanna Viegas, a Agrupação Teatral Amacaca apresenta obras com imagens poéticas, intenso trabalho corporal, coreografias, musicalidade e manifestos. O gruponão se apresenta no Rio de Janeiro desde 2016, e acredita que a ocupação vai dar oportunidade de uma maior projeção nacional.
“A gente precisa difundir nossas produções que, muitas vezes, ficam restritas à nossa cidade. Em Brasília, somos premiados e reconhecidos, porém nosso trabalho não costuma chegar a outros estados. O Rio é um importante eixo produtor e exportador de cultura, tem uma cadeia produtiva bem desenvolvida, muitas peças em cartaz, muitos teatros, prêmios, e a gente quer entrar nesse circuito”, acrescenta Camila.

Texto: Livre adaptação do texto deChico Buarque “Os saltimbancos”
Direção: Hugo Rodas
Elenco: Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Victor Abrão, Mateus Ferrari e Rosanna Viegas.
Produção Executiva: Bem Medeiros e Matheus Ribeiro
Coordenação Técnica: Abaetê Queiroz
Operador de Luz: Caio Teixeira
Designer de Som: Tom Serralvo
Figurinos: Divino Maravilhoso
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Designer Gráfico: Patrícia Meschick
Registro Audiovisual: Stellios Produções
Idealização: Agrupação Teatral Amacaca
Serviço:
Temporada: 31 de maio a 29 de junho de 2025
CCBB – Teatro 2: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Dias e horários: Sábados e domingos, às 15h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: livre
Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro 2
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Contato: (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br
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Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.
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