Após anos de preparação, o ator e diretor Igor Angelkorte (@igorangelkorte)apresenta ao público seu primeiro solo teatral, inspirado no romance “Sidarta”, de Hermann Hesse. Em cartaz está em cartaz até o dia 15 de dezembro no Teatro Ipanema. O texto marca um momento transformador na trajetória do ator e diretor. A obra narra a jornada do protagonista em busca de si mesmo, mesclando narrador, personagens e ator em uma performance intensa e minimalista.
Ambientado na Índia no período do Buda histórico, o espetáculo reflete sobre temas existenciais e explora os polos do sagrado e profano, sucesso e fracasso, prazer e privação. A inspiração inicial surgiu há dez anos, quando Igor buscava um texto para seu primeiro monólogo. O encontro com o livro aconteceu de forma despretensiosa, em um sebo no Rio de Janeiro, marcando o início de uma transformação pessoal e artística.
— “Esse livro me saltou aos olhos na prateleira. Depois de lê-lo, comecei uma jornada de fuga, buscando uma saída para dores existenciais intensas. Foi um período de profunda conexão comigo mesmo e com o mundo ao redor”, conta Igor.
Em 2018, movido por inquietações internas e pela violência urbana que marcou o período, o ator iniciou uma jornada de autoconhecimento que passou por quilombos e comunidades no Brasil, além de um retiro na Chapada dos Veadeiros, em Cavalcante (GO). Lá, imerso na natureza, Igor aprofundou-se na obra de Hesse e em reflexões que moldaram a concepção do espetáculo.
No palco, a proposta minimalista ganha força na escolha de Igor de se apresentar sem figurinos, trazendo a nudez como símbolo de vulnerabilidade e entrega. A decisão, que pode causar impacto, é descrita pelo ator como um gesto intuitivo e necessário.
— “A nudez é a metáfora mais fiel para a jornada do personagem e para o momento que vivo como artista. É um convite à liberdade e à reflexão sobre a nossa conexão com o mundo e conosco mesmos”, explica.
O espetáculo tem classificação indicativa de 18 anos e é uma oportunidade para o público mergulhar em questionamentos sobre identidade, pertencimento e transcendência.
Texto: Rodolfo Abreu (@rodolfoabreu)
Imagens: Divulgação / Philipp Lavra