O artista plástico Fábio Carvalho acaba de inaugurar sua mais recente exposição, “Fronteiras Abertas“, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro. Faz parte de rês mostras individuais simultâneas com Olavo Carvalho e Luiz Badia e fica em cartaz até o dia 16 de setembro, com entrada gratuita.
O trabalho de Fábio desafia os estereótipos de gênero, misturando símbolos tradicionalmente associados à masculinidade com elementos delicados e femininos, como soldados e cowboys, associados a flores e borboletas, criando figuras instigantes e visualmente interessantes. O feedback que o artista recebe do público varia, com alguns vendo-o como uma exaltação da masculinidade e outros apreciando-o como uma crítica. Ele considera valiosa qualquer reação ao seu trabalho, seja positiva ou negativa, porque indica que sua arte provocou uma resposta no espectador.
Nesta mostra, Fábio Carvalho traz trabalhos de séries que produziu durante sua carreira, incluindo “Ocupação Monarca”, “Natureza Camuflada” “Panos de Copa” e “Delicado Desejo”, que discutem a natureza delicada de seu trabalho, a inspiração por trás da incorporação do simbolismo e o conceito de camuflagem e sua relação com a vida cotidiana. Utilizando várias técnicas em seu trabalho como colagem, pintura, bordado, renda, o artista incorpora elementos essas técnicas geralmente associadas ao feminino, em objetos tradicionalmente associados ao masculino como soldados, cowboys e armas. Fábio registra a importância de usar diferentes meios para transmitir suas ideias, destacando que a técnica serve como uma ferramenta para comunicar mensagens e fomentar a discussão, em vez de ser o foco principal de seu trabalho.
Na série “Delicado Desejo”, por exemplo, Fábio Carvalho recria perfis de armas de fogo com renda. “Usar renda como meio para essas armas é um contraste deliberado e desafia as noções tradicionais de agressão e beleza”, reflete Fábio Carvalho. Ele comenta como as armas exercem certo fascínio e fascínio, mesmo para quem não se interessa por elas, e como sua obra explora esse conflito entre atração e repulsão.
O artista discute o conceito de camuflagem e como ele se relaciona com o nosso dia a dia. Ele explica que frequentemente usamos personas e máscaras para navegar em situações sociais, nos adaptando para nos encaixar e pertencer. Essa ideia se reflete em suas obras, principalmente na série “Natureza Camuflada”, onde usa padrões de camuflagem para esconder pássaros e plantas bordadas.Confira a entrevista completa do artista plástico Fábio Carvalho para o jornalista Rodolfo Abreu, realizada durante a exposição “Fronteiras Abertas”:
Fábio Carvalho incentiva as pessoas a se envolverem com sua arte, tanto pessoalmente em exposições quanto nas mídias sociais, onde podem acompanhar sua jornada criativa e explorar seu portfólio diversificado. Carvalho enfatiza que não há interpretação certa ou errada da arte, pois ela visa provocar a reflexão e provocar respostas individuais a partir da experiência de vida de cada um.
Serviço
FRONTEIRAS ABERTAS
Fábio Carvalho, Olavo Carvalho e Luiz Badia
Centro Cultural Correios
Av. Visconde de Itaboraí, 20 – centro, Rio de Janeiro
Em cartaz até 16 de setembro de 2023
Terça a sábado, 12h às 19h
Entrevista: Rodolfo Abreu
Imagens: Divulgação