A coleção da Dior apresentada em Roma — nos jardins da Villa Albani Torlonia — é Cruise 2026, mas na passarela não faltaram conexões com a alta-costura em looks luxuosos e elaborados. A nova alternativa para alavancar as vendas em período de grandes transformações na indústria da moda.







A coleção elaborada por Maria Grazia Chiuri, diretora criativa das linhas femininas da marca, como inspiração inicial Mimì Pecci-Blunt, carismática do século XX que transitava entre Roma, Paris e Nova York e, em especial, o Bal de l’Imagination, um dos bailes que ela organizava. Apesar do visual por vezes delicado em renda finíssima, a diretora criativa da Dior evidenciou com flertes com o guarda-roupa masculino. Coletes acompanham saias longas e rodadas combinadas também com fraques. Jaquetas militares protagonizam os looks.




A visão criativa gira em torno do branco, que aparece em materiais diferentes. Vestidos curtos de veludo preto e vermelho interrompem a sequência de brancos e prestam homenagem às irmãs Fontana, que vestiram Anita Ekberg para o filme “A Doce Vida”.






O guarda-roupa masculino, fraques e coletes são sobrepostos a saias longas ou incorporados à construção limpa de uma única peça. Jaquetas militares dividem espaço com blusas e capas com referências no Clero. Os Plissados e drapeados remetem aos trajes da antiguidade, enquanto o veludo remete aos looks de Anita Ekberg em La dolce vita (1960). Os vestidos são de rendas delicadas, texturizados, bordados e transparentes sobre lingerie, os clássicos da marca, como o modelo Junon, de 1949, com suas camadas em forma de pétalas.







Apresentar a coleção Cruise para a Itália conecta a Dior com o passado e com o presente. Monsieur Christian Dior adorava o país e Maria Grazia Chiuri é originária de Roma. Já se especulava a saída da diretora criativa da Dior, estar em casa parece ser acolhedor.
POR FRANCISCO MARTINS – COLUNISTA DE MODA
A TRANSFORMAÇÃO DA MDA – DIOR CRUISE 2026 –
@dior