Carlos Augusto Motta, carioca da gema, que traz em seu DNA a arte que pulsa desde que chegou por aqui. Sempre atento a tudo ao seu redor, apaixonado pela vida, e tudo que dela faz parte.
A natureza sua fonte de inspiração como os seres vivos dos micro ao macro, sem distinção. Carlos Augusto Motta, voou alto e hoje um artista visual, respeitado do outro lado do oceano, encantando a muitos com sua arte.
Em Foco – Onde é como foi sua primeira exposição internacional?
Carlos Augusto, ao trocar a prancheta em 2017 pelas telas, tintas, pincéis, universo que sempre foi permeando sua vida, porém 2018 mudou se para o norte de Portugal, levando toda sua bagagem artística, e um encontro com Helena Mendes Pereira, diretora e curadora da Zet Gallery mudou de vez o percurso de sua trajetória.
Em 2019 realiza uma exposição intitulada Natura Corporum, com curadoria de Helena Mendes Pereira. Dai um pulo, em 2020 no auge da Pandemia Carlos Augusto expõem em Berlim na Co Gallery com a Arte Borgo de Roma, sob o titulo “Human Perceptions”. Em 2021 participa da Exposição “Amor em tempos de Cólera”, na Casa dos Crivos, um projeto da Camara Municipal de Braga e intitulado ACTUM.
Em 2022 finalmente realiza um grande projeto e como ele diz o responsável por leva lo para Portugal, a exposição individual “Borboleta Azul”, apresentando 48 obras, entre escultura, pintura e performance, com apoio da Zet Gallery e curadoria de Helena Mendes Pereira, no Museu da Vila Velha.
A temática é o ciclo de vida peculiar desta borboleta que quase entrou em extinção, e após um longo e lindo trabalho, hoje e preservada pelo trabalho intenso da Camara Municipal de Vila Real. Em 2023 tem seu projeto aprovado para a exposição sobre o centenário de José Saramago, sob o tema “Viagens por Saramago” onde criou a obra “Encarcerados” com inspiração no livro, “Ensaio dobre a cegueira” do mestre, e a exposição esteve patente no Icónico e belo Palácio do Raio.

Em Foco – Já alguma exposição agendada para 2023?
Agora no segundo semestre de 2023 ja possui agenda para participação de exposição em Londres, Alemanha e Madri, e participa em uma Bienal Internacional de arte na Europa. E para 2024 já com agenda sendo preparada para participar de feiras de arte e exposições como Art Basel, Arco e não para por ai…
Em Foco – Você como brasileiro e estrangeiro, considera bem recebido?
Sim, muito bem acolhido, e digo não por ter nacionalidade portuguesa, mas por me sentir em casa. A relação de Brasil e Portugal vai muito além do que conta nossa história, temos sangue, e muita coisa em comum.
Em Foco – Uma grande dica para quem pretende partir internacionalmente?
Olha independentemente de Portugal ou qualquer outro pais, acho que as pessoas precisam acreditar nos seus sonhos, e fazer o possível para realizar los. Digo, se planejar, estudar o lugar, ver as possibilidades, o clima, buscar fontes seguras de informações, se possível viajar e conhecer o local antes de se fixar, e acima de tudo acreditar em si e fazer tudo pra acontecer, mas não esquecendo que qualquer país que não seja o seu, de origem, você será visto como imigrante, o que pra mim e uma honra, e ir disposto a encontrar barreiras, mas o mais importante, é buscar ser feliz, seja onde for.
Em Foco – Conte de sua exposição em Portugal que foi o maior sucesso?
Minha exposição sobre a Borboleta Azul, além de ser a razão de me trazer para cá, pois digo, ja estava escrito, pois realizei esta exposição em 2017 no Rio de Janeiro, porém foi através de uma curadora, que me contou sobre esta espécie, com seu ciclo de vida peculiar, e ao pesquisar vi que sua maior preservação estava no Norte de Portugal, mas precisamente em Vila Real, onde possuímos familiares.
Foi uma exposição com inauguração no dia Internacional dos Museus, 18/05/2022 e esteve patente até 03/09/2022 com 48 obras criadas para contar esta incrível e fascinante estória de vida, que precisa de uma flor e uma espécie de formiga, para existir e perpétuar a espécie.
Em Foco – Qual é a sua visão da arte no Brasil?acreditando?
Bem esta é uma pergunta difícil para mim. Comecei minha carreira ilustrando livros infantis, para uma editora, e logo depois indo fazer direção de arte. Dai veio a arquitetura, a cenografia, figurinos e adereços e finalmente a em 2017 a arte tornou-se para mim, 100% com a dedicação total do meu tempo. Como sempre digo, você não se torna artista, você nasce artista.
Em Foco – Nomes de artistas que te marcou muito e por quê?
Nossa são tantos, porém Michelangelo, Leonardo da Vinci, dentre tantos outros, como Van Gogh, eu admiro e pra mim, a história do artista sua garra, sua força, sua determinação, numa época tão difícil, a vida sofrida, e todo o legado que eles conseguiram deixar e que hoje o mundo pode apreciar. O puro sentimento, o sofrimento, a dor, tudo impregnado numa obra, num registro, de uma forma tão perfeita se levarmos em conta o tempo em que foram criadas, isso para mim é como dizer, tudo foi feito com a alma.
Em Foco – Acredita que tem muito futuro nas terras estrangeiras?
Costumo sempre dizer, não pinto pra mim, não crio pra mim, crio para as pessoas, e o que me inspira, o que me move, é isso essa sede de criar, de por pra fora, tudo que vejo, tudo que sinto, minha percepção diante da vida. Porém se vão entender, se vão gostar, eu não sei, pois não tenho respostas, como artista e como pessoa, eu também só tenho perguntas.
Em Foco – Uma frase de Carlos Augusto Motta.
A arte é simplesmente o que me move e me completa, sem ela eu não conseguiria viver.
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação.