Chico Vartulli – Olá, Quintino! Integrar a lista da Forbes Under 30 é um orgulho para você. Qual foi a importância desse fato para a sua trajetória?
Quintino Facci – Entrar para a lista da Forbes Under 30 foi um marco importante, não apenas pelo reconhecimento, mas por validar que é possível construir uma carreira sólida ainda jovem em um mercado que, geralmente, é dominado por nomes mais experientes. O reconhecimento trouxe visibilidade e abriu portas para novas conexões, além de reforçar em mim a responsabilidade de inspirar outros profissionais da área.
Chico Vartulli – Como se deu a sua formação? Realizou pós-graduação?
Quintino Facci – Formei-me em Arquitetura e Urbanismo pela UNAERP e, desde cedo, busquei complementar minha formação com cursos voltados a design, gestão e negócios, sempre unindo o lado criativo ao empreendedorismo. Fui um dos alunos convidados a participar de um curso em Harvard sobre liderança e gestão de pessoas. Mais do que títulos, acredito que a formação vem da prática, da curiosidade em descobrir mais e da busca por referências fora da arquitetura — como moda, arte e até mesmo o universo corporativo.

Chico Vartulli – Quais dicas você pode dar para atuar no mercado de arquitetura sem dificuldades?
Quintino Facci – Sem dúvida, nenhuma trajetória profissional é fácil, mas existem escolhas que tornam a jornada mais clara: buscar um posicionamento de mercado, manter consistência em suas ações e definir a sua própria visão de negócios.
Arquitetura não é apenas estética, é também gestão, entrega e relacionamento. O arquiteto precisa entender que vende confiança, e isso só acontece quando há clareza durante todo o processo — desde a captação até a entrega final ao cliente —, além de coerência entre discurso e prática.
Chico Vartulli – Qual foi a importância do prêmio de “Ambiente Mais Bonito da CASACOR Ribeirão Preto 2021”, que você recebeu?
Quintino Facci – Esse prêmio teve grande impacto na minha carreira, pois marcou meus primeiros passos profissionais em um dos maiores palcos da arquitetura e do design no Brasil. Para mim, foi a confirmação de que o caminho autoral, com identidade própria, poderia ser reconhecido tanto pelo mercado quanto pelo público.
Chico Vartulli – Quando surgiu em você o desejo de empreender?
Quintino Facci – Sempre tive o desejo de empreender. Desde a faculdade, já entendia que queria criar algo maior do que apenas projetos: queria estruturar uma empresa, uma marca, uma plataforma de ideias. O desejo de montar meu próprio negócio nasceu da vontade de ter autonomia criativa e de impactar a forma como vivemos e nos relacionamos com os espaços.

Chico Vartulli – Quais dicas você poderia dar para uma reforma sem muitos gastos?
Quintino Facci – O segredo está em priorizar. Escolher um ou dois elementos de impacto — um bom revestimento ou uma marcenaria bem planejada, por exemplo — e deixar que eles conduzam o ambiente. Outra dica é investir em iluminação e mobiliário solto, que transformam o espaço sem a necessidade de grandes obras. O essencial é ter clareza do orçamento e do que realmente é indispensável para o sucesso do projeto.
Chico Vartulli – Quais são as principais características do seu trabalho como designer de mobiliário?
Quintino Facci – Busco criar peças escultóricas, que tenham presença e, ao mesmo tempo, proporcionem conforto. Valorizo a matéria-prima natural, a pureza das formas e o equilíbrio entre arte e funcionalidade. Minhas criações não são apenas móveis, mas peças que carregam conceito e identidade, pensadas para dialogar com a arquitetura e com o estilo de vida de quem as utiliza.
Chico Vartulli – Quais são os seus projetos futuros?
Quintino Facci – Estou em expansão internacional, com foco em abrir uma base do escritório na Europa. Também tenho me dedicado a desenvolver minha linha de mobiliário autoral e a lançar plataformas digitais que transformem a forma como os arquitetos trabalham. Paralelamente, sigo com projetos residenciais e corporativos, que atualmente são o coração do escritório.


