Um curto perfil do bailarino e coreógrafo Hélio Bejani.
Iniciei a carreira artística, como músico Profissional, em Piracicaba (SP) cidade onde nasci. Ingressei no Ballet, na cidade de Campinas (SP), cursando o Método da ROYAL ACADEMY OF DANCING, onde trabalhei no Corpo de Baile Lina Penteado, sob a Direção Artística de Addy Addor e Cleusa Fernandes.
Através de concurso oficial, ingressei para o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1985, onde atuei como solista e bailarino principal nas suas principais montagens.
Ganhei o Prêmio Tadeu Morozowicz como melhor Bailarino Clássico no VIII Concurso de Ballet e Coreografia realizado pelo Conselho Brasileiro da Dança. Recebi a Medalha da Dança Iris Ast pela Prefeitura Municipal de Piracicaba pelos serviços prestados à Dança em nosso país. Fui partner e coreógrafo da bailarina Ana Botafogo.
Dancei e coreografei para os mais renomados grupos e escolas do Rio de Janeiro: Escola de Danças Maria Olenewa, Associação de Ballet do Rio de Janeiro, Stúdio 88, Escola de Dança Alice Arja, Escola de Danças Spinelli, Stúdio Bertha Rosanova, Cia Versátil de Dança, Rio Ballet, Ballet Dalal Achcar, Centro de Danças Johnny Franklin, Cia Brasileira de Danças, Ballet da Cidade de Niterói sendo premiado nos principais concursos e mostras de dança no Brasil.
Dirigi e Coreografei o espetáculo “Descobrimento do Brasil” comemorativo aos 500 anos, na cidade de Fortaleza CE, no Teatro José de Alencar.
Fui professor convidado da Cia de Ballet da Cidade de Niterói.
Fui Assistente de Direção e Ensaiador do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro na Direção de Dalal Achcar.
Fui professor de nível técnico no Centro de Danças Johnny Franklin e Diretor Artístico, Coreógrafo do Grupo de Danças Rio Ballet.
Fui professor convidado da Cia Deborah Colker.
Com sua própria remontagem realizei os espetáculos A Bela Adormecida e Coppélia, no Teatro Sesi Rio. Coreografei e dirigi, “MADE IN CORAÇÃO”, realizado no Espaço Cultural FINEP e Teatro Cacilda Becker, com participação dos bailarinos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que valeu o Prêmio de melhor Diretor de Grupo de 1999, outorgado pela revista Você e a Dança (SP). Remontei os Ballets Giselle, O Lago dos Cisnes e Don Quixote para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e os Ballets A Bela Adormecida, O Corsário, Giselle e O Quebra- Nozes, para Cia BEMO-TMRJ.
Fui Coordenador do Corpo Artístico na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Coordenador do Corpo Artístico no Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Diretor Artístico do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (2009 a 2013), Diretor – Adjunto da Escola de Dança Maria Olenewa (2014 e 2015) e Chefe da Divisão de Dança do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 2016.
Atualmente, é Diretor do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa do TMRJ e Diretor da Pós-graduação em Dança Clássica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
No Carnaval:
Entre 2008 e 2018, fui coreógrafo da Comissão de Frente do Salgueiro, recebendo 2 Estandartes de Ouro por melhor Comissão de Frente, entre diversos outros prêmios e fui Campeão do Carnaval.
Em 2019, entrei como coreógrafo da Comissão de Frente da Grande Rio, onde estou até hoje, recebendo o Estandarte de Ouro de Inovação na Comissão de Frente e fui Campeão do Carnaval.
Em foco – Quando despertou em você o interesse pela danca?
Hélio Bejani – Ainda em minha cidade natal, Piracicaba – São Paulo, aos 22 anos, a convite de um amigo para uma aula de ballet clássico, descobri que tinha condições físicas muito favoráveis para a dança. Como músico profissional, já tinha um gosto apurado em relação à música erudita que se somou à minha condição de atleta profissional de voleibol.
Em foco – Como se deu a sua inserção no Theatro Municipal?
Hélio Bejani – Após apenas dois anos de estudo no método da Royal Academy of Dance fui aprovado por concurso oficial no TMRJ, passando em 2° lugar.
Em foco – Quais foram os principais ballets que você atuou? E as principais bailarinas que atuaram com você?
Hélio Bejani – Atuei como bailarino principal em todo repertório da Companhia, como Lago dos Cisnes, Coppelia, Giselle, Lés Sylphides entre outros, tendo a oportunidade de ser partner das primeiras bailarinas Ana Botafogo, Nora Esteves, Aurea Hamerli e Cecília Kerche, assim como Tereza Augusta, Norma Pina, entre tantas outras…
Em foco – Como diretor, quais tem sido suas principais ações a frente do corpo de baile?
Hélio Bejani – Na minha primeira gestão, entre 2009 e 2013, tive a oportunidade de trazer trabalhos de grandes nomes do cenário mundial como Roland Pettit, Márcia Haydée, David Parsons, entre outros, com os quais aprendi muito.
Agora, nesse novo momento em que reassumi a direção da Companhia desde 2019, tem sido um grande desafio por conta das dificuldades que o Theatro Municipal vivencia, porém decidi não lamentar e realizar! Com o apoio da Presidência do TMRJ e da SECEC estamos novamente trazendo de volta os grandes clássicos do repertório mundial através de nossas próprias produções e fico muito feliz e realizado pelo grande sucesso de crítica e público!
Em foco – Como se apresenta o corpo de baile do TMRJ? Está ocorrendo um processo de renovação, ou não? Muitos bailarinos e bailarinas ainda estão na ativa, mas já não dançam mais.
Hélio Bejani – Sim, temos alguns bailarinos na ativa que já não dançam mais, por conta de não termos uma aposentadoria especial, mas a grande maioria assume funções administrativas que muito contribuem para o bom funcionamento do corpo de baile.
Em foco – A renovação de bailarinos vem acontecendo naturalmente, porém, através de contratos temporários, enquanto aguardamos a possibilidade de um concurso oficial para efetivar os novos profissionais.
Você tambem ocupa o cargo de diretor da EEDMO. Qual e a importância da Escola? Como se da o processo de formação de uma bailarina na EEDMO?
Hélio Bejani – A EEDMO tem um papel fundamental dentro da estrutura de dança do Theatro Municipal, pois é um celeiro para formação de novos talentos, tanto para atender ao Corpo de Baile como Companhias pelo Brasil e pelo mundo.
O curso de formação da EEDMO tem a duração de nove anos, onde o aluno pode entrar a partir dos oito anos, através de uma prova prática de ballet clássico de admissão. Vale ressaltar que além do pensamento focado na formação de um profissional de dança, temos também a preocupação em formar cidadãos para a vida.
Em foco – Theatro Municipal e o carnaval tem uma aproximação intensa. Do Theatro saíram grandes carnavalescos como Arlindo Rodrigues, e Fernando Pamplona, que transformaram o desfile das Escolas de Samba. E, desde a década de noventa do século passado, que os bailarinos do TMRJ passaram a coreografar comissões de frente. Você poderia comentar sobre esse processo de ida dos profissionais da dança do Theatro para coreografar as comissões de frente?
Hélio Bejani – Sim, há muitos profissionais da dança do Theatro Municipal atualmente envolvidos no Carnaval como um todo, principalmente em comissão de frente. Na minha opinião, esse processo aconteceu naturalmente, em que o próprio carnaval foi buscá-los… – talvez por conta de suas visões mais detalhadas, experiências e capacitações artísticas em relação ao espetáculo.
Em foco – Quais são os seus projetos futuros?
Hélio Bejani – Seguir trabalhando da melhor forma para realizar as próximas temporadas do ano do Ballet do Theatro Municipal. Continuar empenhado à frente da direção da EEDMO e da Pós-Graduação em Metodologia da Dança Clássica do TMRJ.
Recentemente, a convite da Secretária de Cultura, passei a fazer parte do Comitê de Internacionalização da Cultura Fluminense, para tanto estou levando, junto com a Presidente da FTM, bailarinos do TMRJ para o espetáculo de abertura do primeiro intercâmbio que acontecerá em Madri – Espanha, agora em setembro.
Finalmente, mas não menos importante, já estou no processo de criação e realização da próxima comissão de frente e 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira da Acadêmicos do Grande Rio para o Carnaval de 2024.
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação