
Peças garimpadas e reinventadas refletem o olhar sustentável e autoral do estilista. Coleção UÓ SPFW.


Marcelo Sommer encerrar a passarela da 60ª edição do SPFW N60 com desfile que marca o recomeço de quem olha para o passado sem nostalgia, mas com a urgência de reconstruir com tempo, memória e consciência. Ícone da moda autoral brasileira, apresentou sua nova marca como um manifesto vivo sobre o que significa fazer moda em 2025.


A cartela de cores que se entrelaça nos tons: branco, marinho, amarelo, roxo, royal, lilás, off-White, preto, tons de vermelho e verde, evocando tanto o desgaste natural do tempo quanto o espírito urbano-esportivo da quadra que serve de cenário para o desfile. Nos shapes, volumes amplos se alternam a estruturas mais ajustadas, revelando uma alfaiataria despretensiosa que conversa com a rua, e reforçando o conceito de movimento, leveza e liberdade que guia a coleção.

A coleção com adjetivo do que é brega ou descartável para virar sinônimo de transformação. É o luxo do improvável, criada a partir do garimpo de peças nacionais e internacionais, reinventadas sob o olhar do estilista com detalhes pintados à mão com cervos, números e laços símbolos que revisitamos desde os anos 1990 em seu universo criativo agora reinterpretados sob a estética do upcycling real.



Depois de passar pelas equipes de Zoomp, Fórum e Vila Romana, uma nova marca chega para inovar a alfaiataria clássica, a Ono. Idealizada pela stylist Renata Correa e o estilista Marcelo Sommer, a etiqueta reúne a expertise da dupla em silhuetas reimaginadas com toques pessoais de cada um. Mais do que peças-desejo, as roupas nascem do upcycling, feitas a partir de garimpos e até dos próprios guarda-roupas dos criadores.


POR FRANCISCO MARTINS – COLUNISTA DE MODA
MARCELO SOMMER I SPFW N60 I COLEÇÃO UÓ
@marcelosommer


