No universo dinâmico da cultura carioca o site “JáÉ! Programação Cultural” se destaca como um guia indispensável para quem deseja aproveitar o melhor da cidade. Criado pela designer e escritora Rejane Ferman, o portal não apenas reúne informações sobre teatro, shows, cinema, exposições e outros eventos, mas também se propõe a facilitar o acesso a eles de forma rápida, intuitiva e visualmente atraente. Em uma cidade tão rica e efervescente como o Rio, o JáÉ! conquistou seu espaço como referência para aqueles que procuram diversão e cultura ao alcance de um clique.
Rejane, com sua vasta experiência em design gráfico e uma conexão de longa data com o mundo das artes, conseguiu transformar sua paixão pela cultura em um serviço que atende tanto a moradores quanto a turistas. Inspirado na simplicidade e no otimismo da expressão “Já é!” (super carioca), o nome do site reflete a ideia de que aproveitar a vida cultural da cidade é uma decisão imediata e certeira. Com uma interface prática e conteúdos diversificados, o JáÉ! facilita a busca por programação, permitindo que os usuários economizem tempo e se dediquem ao que realmente importa: vivenciar experiências enriquecedoras.
Nesta entrevista exclusiva com o jornalista Rodolfo Abreu, Rejane Ferman compartilha as origens do site, os desafios de manter um guia cultural sempre atualizado e sua visão sobre a importância de democratizar o acesso à cultura. Mais do que uma criadora de conteúdo, Rejane Ferman é uma incentivadora apaixonada do potencial transformador da arte e do lazer, que acredita no poder da cultura para conectar pessoas e expandir horizontes.
Acompanhe!
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Rodolfo Abreu: Como surgiu a ideia de criar o site “Já é Programação Cultural”? Qual foi o momento que você percebeu essa necessidade? E de onde veio a inspiração do nome do site?
Rejane Ferman: O JáÉ! surgiu para facilitar o acesso à cultura para todos os públicos e incentivar as pessoas a saírem de casa. Sempre fui muito conectada à cultura e, de repente, percebi como ficou difícil saber o que acontecia na cidade, especialmente após o fim dos famosos ‘tijolinhos’ que costumávamos ver nos jornais e revistas. Notei que, mesmo quando as informações apareciam no meio impresso, era necessário acessar a internet para adquirir ingressos. Isso mostrou que algo havia mudado e precisava ser repensado. Foi nesse momento que pensei: por que não criar uma plataforma que reunisse tudo em um só lugar e ainda facilitasse a compra de ingressos? Como sempre fui a pessoa que os amigos procuravam para saber o que fazer de bom no Rio — e eu adorava isso —, decidi seguir por esse caminho.
Quanto ao nome, queria transmitir a sensação de que valia a pena aproveitar o programa sugerido. Lembrei do meu filho, que sempre que gostava da sugestão, respondia imediatamente: ‘Já é!’. Não tive dúvidas e decidi criar a logo com essa ideia em mente.
Rodolfo Abreu: O que você diria que é o diferencial do “Já é Programação Cultural”?
Rejane Ferman: O diferencial da plataforma JáÉ! em relação a outras excelentes que existem por aí é ter reunido tudo em um só lugar, gratuitamente, com a preocupação de oferecer conteúdo de qualidade e com a programação bem diversificada. Não tem como uma pessoa entrar no site e não encontrar um ótimo programa para fazer. Além disso, o design foi pensado para lembrar os tipos de programas disponíveis. Os botões fixos na vertical — como MÚSICA, TEATRO, CINEMA, EXPOSIÇÕES, EVENTOS, entre outros — facilitam e estimulam as buscas.
Com o filtro de busca, é possível descobrir todos os programas de um determinado teatro ou encontrar informações sobre um artista específico de forma rápida e direta. O Google é incrível e oferece inúmeros caminhos para chegar à resposta, mas o JáÉ! vai direto ao ponto, mostrando apenas as atrações que estão em cartaz ou que estrearão em breve. Enquanto no Google ou no Instagram você pode gastar de 5 minutos a meia hora para encontrar algo, no site é possível localizar algo específico ou descobrir um bom programa em menos de um minuto.
Além disso, o site é bem intuitivo e permite que você leia mais sobre uma atração sem sair da página onde está, o que evita o ir e vir cansativo. Acredito que, à medida que mais pessoas conhecerem o site e perceberem sua facilidade de uso, mais ele será utilizado.
Rodolfo Abreu: Como você seleciona as dicas de programação que vão para o site? Existe algum critério específico?
Rejane Ferman: Procuro diversificar o máximo possível. Na sinopse, sempre situo o público sobre o estilo da peça ou evento. Sabemos que alguns programas podem ser uma roubada — esses, claro, nunca entram —, mas gosto é algo muito pessoal. Por isso, vou a muitos lugares para observar se funcionam bem e se as pessoas estão realmente curtindo. Também estou sempre perguntando para diferentes grupos quais são as melhores dicas.
Recebemos a maior parte do material por e-mail, e desde o início tivemos uma resposta muito positiva de produtores e assessorias, que enviam os releases regularmente.
Rodolfo Abreu: O site cobre uma ampla variedade de eventos culturais. Qual é o tipo de conteúdo mais procurado pelos seus visitantes?
Rejane Ferman: No site, as buscas mais frequentes são por teatro, cinema e shows, nessa ordem. No entanto, a home é a página mais acessada, pois oferece dicas e um resumo das atrações disponíveis. Ao clicar em uma foto, o usuário é direcionado para a página da atração, com todas as informações detalhadas — e esses cliques são muito usados.
Já no Instagram, imagens com figuras públicas e programas gratuitos são os que mais atraem. Posts com dicas de programas que já realizamos também são muito bem aceitos.
Rodolfo Abreu: Quais são os maiores desafios de manter um guia cultural atualizado e relevante em uma cidade tão dinâmica quanto o Rio?
Rejane Ferman: Shows e eventos são os maiores desafios, pois geralmente acontecem em 1 ou 2 dias. Muitos não são marcados com antecedência e, além disso, alguns acabam sendo cancelados. Já os outros tipos de atrações são mais definidos, e com uma boa organização e o site bem estruturado, conseguimos controlar com mais facilidade. Apesar disso, surgem peças de apenas um dia ou eventos que não foram anunciados por release nem no site do local. Às vezes, encontro alguma informação inicial e saio em busca dos dados completos para poder incluí-los.
Rodolfo Abreu: Você sempre esteve envolvida com cultura? Como foi o início da sua trajetória profissional?
Rejane Ferman: Sim, fiz faculdade de Belas Artes na UFRJ, onde cursei primeiro Pintura e depois Design Gráfico. Trabalhei por muitos anos em ambas as áreas, mantendo um ateliê de pintura e um escritório de design. Participei de diversas exposições, sendo a última na Casa França-Brasil, até decidir me dedicar exclusivamente ao design, onde atuei como diretora por 25 anos. Além disso, participei de vários cursos de literatura, fiz pós-graduação na PUC e tenho contos publicados em diversas coletâneas. Também publiquei dois livros em coautoria com outros autores de contos. No escritório de Design fiz vários projetos ligados à cultura.
Rodolfo Abreu: Que experiências anteriores ajudaram você a desenvolver o “Já é Programação”? (incluindo formação profissional) Alguma delas foi determinante?
Rejane Ferman: Ser designer foi determinante para transformar a ideia do site em realidade. Eu mesma criei todos os layouts e desenvolvi o site da primeira versão, que já era bem intuitiva e fácil de usar, embora ainda não tivesse filtros. Foi uma experiência inicial para avaliar a resposta do público.
Depois, contratei um excelente programador para um novo site e implementar todos os recursos que eu considerava importantes. Ele foi fundamental para que tudo saísse exatamente como eu imaginava. O fato de ser designer facilita muito, pois a informação precisa ser apresentada de forma clara, objetiva e agradável. Claro, o mais importante é que o conteúdo seja bom, mas, para atrair o interesse do público, ele precisa ser exibido de maneira visualmente atrativa. Hoje, conto com um editor, trocamos muitas ideias sobre o conteúdo e a melhor forma de apresentar as atrações.
Rodolfo Abreu: Como você equilibra a gestão do site com sua vida pessoal e outros projetos?
Rejane Ferman: Como já mencionei, sempre fui muito conectada à cultura. Desde jovem, organizava grupos de amigos para maratonar filmes de diretores consagrados, participava de grupos de arte para discutir sobre diversos artistas, frequentava exposições regularmente e era uma leitora voraz. Além disso, sempre estive presente em peças de teatro, dança e shows. Meu marido compartilha dessa mesma paixão, o que me incentivou a manter essa intensa frequência de programas culturais até hoje.
Com o JáÉ!, tive a oportunidade de conhecer ainda mais eventos incríveis e descobrir que o Rio é culturalmente ainda mais rico do que eu já imaginava.
Toda essa experiência em diversas áreas me inspirou a criar o JáÉ!, uma forma de me manter conectada a tudo e, ao mesmo tempo, apresentar e incentivar o público a vivenciar experiências diversas. A arte é nossa cúmplice: ajuda na compreensão de si mesmo e do outro, permite transbordar emoções, relaxar e se deixar levar. Muitas vezes, sem perceber, é através da arte que as pessoas descobrem novas formas de seguir em frente.
Rodolfo Abreu: Além do site, você se envolve em outros projetos culturais? Pode contar um pouco sobre eles?
Rejane Ferman: Pode parecer loucura, mas parei todas as atividades para me dedicar completamente ao JáÉ!. Eventualmente, participo de algum projeto paralelo, mas meu foco está totalmente aqui. Aliás, minha vida pessoal também, já que agora, mais do que nunca, vou a todos os programas.
Acesse agora o site Jaé Progamação: https://www.jaeprogramacao.com.br/
Acompanhe Rejane Ferman nas redes sociais: https://www.instagram.com/re_ferman/
Entrevista por Rodolfo Abreu (@rodolfoabreu)
Imagens: Divulgação