No Brasil, a falta de políticas corporativas específicas para apoiar mulheres que passam pela menopausa ainda é uma realidade preocupante. Diferentes de países como Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido, onde iniciativas como o selo “menopausa amigável” foram implementadas para fornecer flexibilidade e suporte durante essa fase, já que as empresas brasileiras demonstram pouca ou nenhuma preocupação estruturada com as necessidades desse grupo.
Estudos indicam que muito pouco tem sido feito para combater o estigma e oferecer acolhimento no ambiente de trabalho, o que impacta diretamente a saúde, o bem-estar e a produtividade desses profissionais (Fundação Getúlio Vargas, 2024). A ausência desse suporte reflete uma lacuna grave que faz com que muitas mulheres enfrentem dificuldades que poderiam ser minimizadas com políticas adequadas.
A importância da menopausa amigável
Segundo estudo do Chartered Institute of Personnel and Development (CIPD), do Reino Unido, empresas que adotam essas políticas, registram aumento na retenção de profissionais femininas e melhoram na produtividade, além de reduzir o absenteísmo e afastamentos relacionados à menopausa. “São organizações que realmente apoiam as mulheres, compreendendo que elas podem precisar sair para consultas e conformidades o momento delicado pelo que estão passando. Infelizmente, isso ainda está muito longe de ser uma realidade na maioria dos lugares. No Brasil, pelo que sei, não há nenhum movimento semelhante, e isso certamente faria uma grande diferença para essas mulheres”, avalia a Dra. Ana Maria Passos, especialista em saúde da mulher 40+.
Para celebrar uma trajetória profissional sólida e prolongada, a doutora Ana Maria Passos recomenda atenção integral à saúde. “Com certeza, cuidar bem do corpo e da mente, manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, cuidar do sono e do manejo do estresse, além de fazer ajustes hormonais e suplementares o que for necessário para melhorar o funcionamento cognitivo, é fundamental. Com tudo isso, eles vão conseguir ir muito mais longe, mantendo a saúde em dia”, orienta o especialista.
Mais do que uma atitude individual, a adaptação dos ambientes de trabalho é decisiva para permitir que as mulheres em plena maturidade profissional mantenham seu desempenho. “O ambiente corporativo, com certeza, deveria apoiar essas mulheres. Empresas com o selo ‘menopausa amigável’ deveriam oferecer ajuda médica especializada e suporte adequado. Uma mulher que já tem atuação, especialização e experiência deveria ser valorizada, porque ela pode contribuir muito. Experiência é algo que demanda tempo, então é fundamental aproveitar esse potencial, dando o suporte necessário para que continue desenvolvendo suas atividades como sempre fez”, defende a Dra. Ana Maria.

Avanços científicos ampliam produtividade e longevidade feminina
Nas últimas décadas, a ciência avançou no reconhecimento da perimenopausa, período que inicia cerca dos 40 anos, justamente na fase de maior desenvolvimento profissional. Segundo a especialista, o reconhecimento da perimenopausa e o fato de termos ferramentas para diagnosticar essa fase e iniciar o tratamento antes da menopausa representam um grande avanço. Isso permite que as mulheres se mantenham produtivas, porque, caso contrário, elas começarão a apresentar sintomas que impactam tanto na produtividade quanto na carreira.
Além disso, os avanços tecnológicos no tratamento desenvolvidos para prolongar a longevidade das mulheres no mercado de trabalho. “A reposição hormonal com hormônios bioidênticos não causa câncer nem aumenta o risco de AVC ou trombose. Ela combate sintomas como névoa mental, alterações de memória e declínio cognitivo, que estão ligados à falta de estradiol no cérebro, um hormônio importante para a cognição e até associado ao desenvolvimento do Alzheimer”, explica Dra. Ana Maria Passos.
Sobre a Dra. Ana Maria Passos
Com mais de 19 anos de atuação como Ginecologista e Obstetra em Porto Alegre (RS), a Dra. Ana Maria Passos atende em sua AME Clínica, onde realiza um cuidado integral na saúde da mulher. Com pós-graduação em Nutrologia e em Longevidade Saudável, ela traz um olhar atento à alimentação equilibrada e à suplementação, focando na prevenção e nos cuidados para um envelhecimento saudável. Especialista em saúde da mulher, atua com ênfase em perimenopausa, menopausa, endometriose, síndrome dos ovários policísticos, gestação e puerpério. Reconhecida por sua abordagem humanizada e atualizada, utiliza suplementação e reposição hormonal para promover o bem-estar feminino, especialmente em mulheres acima dos 40 anos. É uma fonte confiável para entrevistas, artigos e conteúdos sobre saúde feminina, buscando ampliar o acesso à informação e promover qualidade de vida por meio de acompanhamento médico regular e terapias inovadoras.


