Pierpaolo Piccioli estreia na direção criativa da Balenciaga, emprestando as suas cores ao legado couture da marca.



A coleção é resultado de um luxo que se afasta do exibicionismo e aposta na leveza, quase em uma descontração ensaiada, o qual é a chamada “vibe astral” do criador. Essa energia parece apontar para uma Balenciaga menos sombria e mais aberta ao frescor e estrutural nas peças.


As linhas puras são desdobradas também em minivestidos, calças, bermudas, camisetas e capas. Construções com volumes esculturais e modernos são alcançadas em peças balonê. Para chegar à densidade rígida do tecido com pouco peso, que foi trocado o gazar de seda de fio duplo por lã e algodão para peças mais acessíveis e possíveis no dia a dia.




A coleção sinaliza uma versão renovada da marca, preparada para dialogar com o público contemporâneo sem abrir mão do caráter vanguardista que a tornou referência global. Dessa preocupação com o hoje e o amanhã vem uma serie de peças fáceis de assimilar, como: jeans; jaquetas de couro; casacos de abotoamento duplo; a calça da moda em formato oval e os chinelos de plataforma. Um boné para pontuar a predileção do fundador por chapéus.





O interessante é que o diretor criativo traz da sua essência. No caso, o uso de cores, com o qual ele ganhou notoriedade na Valentino. As cores amarelo, roxo, laranja e pink. Brilham também os cinco últimos looks, que sinalizam um teaser do que será a coleção de alta-costura, esperada para julho do próximo ano. Afinal, é na alta-costura que Pierpaolo costuma emocionar e onde o grupo Kering, a holding que detém a Balenciaga, deseja ver o costureiro entregar uma marca de tíquete elevado e de imagem suntuosa para engrandecer os seus negócios.
POR FRANCISCO MARTINS – COLUNISTA DE MODA
BALENCIAGA I VERÃO 2026 I PFW 2025
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