Ministério da Cultura, Fundação Nacional de Artes, Teatro Glauce Rocha e Julio Adrião Produções apresentam
Um dos maiores sucessos da primeira década do século XXI, o solo narrativo “A Descoberta das Américas” rendeu o Prêmio Shell 2005 de melhor atuação a Julio Adrião e completa, em 2023, seu décimo oitavo ano de itinerância. Ao longo dos anos, o espetáculo vem traçando um caminho amplo e diverso, se levarmos em conta os variados públicos e espaços cênicos que já percorreu. Pequenas cidades do interior, grandes centros cosmopolitas, circuitos universitários e temporadas em salas de teatro, além de diversos Festivais no Brasil e no exterior, possibilitaram encontros com uma grande diversidade de público.
“Quando completamos 18 anos e atingimos a maioridade, passamos a ouvir que, se por um lado já temos 18 anos, por outro só temos 18 anos. Em todo caso, os 18 anos são um marco na vida de qualquer um. Já um espetáculo teatral completar 18 anos não é algo tão esperado, muito menos planejado, pois não basta uma decisão da produção se, antes disso, o espetáculo não tiver estabelecido uma identificação com o público que, de certo modo, se apropria da obra, como que exigindo essa continuidade”, afirma Julio
O espetáculo aposta na simplicidade, mas também na sofisticação, lançando mão apenas dos recursos cênicos indispensáveis, num registro de interpretação enérgico e dinâmico que estabelece uma comunicação direta e próxima ao público. Um ator só em cena, sem cenário, com figurino e iluminação reduzidos ao mínimo, atuando num estado essencial, de emergência. O protagonista, acossado por uma cruel economia da fome que o faz engenhoso, precisa sobreviver para narrar sua história. Para dar vida a todos os personagens – indígenas, espanhóis, cavalos, galinhas, peixinhos, Jesus e Madalena – ele estabelece um pacto de cumplicidade com os espectadores. Cria com eles um código gestual, mímico e sonoro que faz com que o público saiba o que acontecerá antes mesmo do
personagem narrador. Cada detalhe provoca a lembrança do seguinte, como numa história contada de improviso e pela primeira vez.
“O espetáculo perpassou estes 18 anos conjurando risadas, escutando críticas, amadurecendo, se rearranjando e traduzindo (em espanhol inglês, italiano) para novas viagens e novos tempos. Somente agora, com a maioridade, sofreu inserções textuais coerentes às premissas – onde o ator-pessoa ‘encontra’ a plateia e a convoca compartilhar a responsabilidade do que está sendo contado, pois a história ‘aconteceu’ e ‘tem testemunha’”, finaliza Alessandra Vannucci, diretora e cotradutora da peça de Dario fo.
Em curta temporada no Teatro Glauce Rocha, de 13 a 28 de setembro de 2023, sempre às quartas e quintas às 19h, o espetáculo solo narra, com uma atuação intensa e despojada, com rude ironia, uma outra versão da nossa história, que leva o público a uma inesperada reflexão sobre o período inicial da colonização do Novo Mundo. O texto de Dario Fo, inspirado em fatos reais narrados pelo navegador e cronista espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, revisita de maneira irônica e crítica episódios ocorridos no século XVI no território que, posteriormente, veio a ser batizado de Flórida, embora essa história pudesse ter se passado aqui mesmo, em terras brasileiras.
Julio Adrião – ator
Julio é carioca, ator, produtor e diretor teatral. Formado pela CAL/RJ em 1987, trabalhou 6 anos na Itália com foco no treinamento físico do ator, nas Cias Teatro Potlach, de Fara Sabina, Abraxa Teatro e Qabaloquá, ambas de Roma. De volta ao Brasil em 1994, criou e integrou o trio cômico Cia. do público até 2002. Produziu e dirigiu espetáculos de teatro e, como ator, participou de diversas produções, em curtas e longa metragens, no cinema e séries na TV. Ganhou o Prêmio Shell/RJ de melhor ator em 2005, com o espetáculo solo A descoberta das Américas, de Dario Fo e em2021, dividiu com o ator Vertin Moura o troféu Conceição Moura, do VI Cine Jardim/PE, pela atuação no longa Sertânia, de Geraldo Sarno. No Teatro trabalhou com os diretores Moacyr Góes, Fábio Junqueira, Lucia Coelho, Mauricio Abud, Isabella Irlandini, Dudú Sandroni, Márcia do Valle, Sidnei Cruz, Alessandra Vannucci, Tim Rescala, Moacir Chaves, Bia Lessa, Ivan Sugahara e Miwa Yanagisawa, Renata Mizrahi e Isabel Cavalcanti. Como Diretor, dirigiu Roda saia, gira vida com o Teatro de Anônimo, a Ópera O Elixir do Amor na UFRJ, o solo Roliude do ator João Ricardo Oliveira, o espetáculo clown bufão Blefes excêntricos do Circo Dux, o solo musical Fico, com a Cia Chilena Tryo Teatro Banda e produziu e codirigiu, com Florência Santangelo, o solo Antes da aula, com a atriz Aline Oliveira. Desde 2016, produz em parceria com a Casa 136 Laranjeiras, de seu sócio e produtor Fernando Alax.
Alessandra Vannucci – diretora e cotradutora
Alessandra é doutora em Letras pela PUC-Rio, professora na Escola de Direção Teatral e na Pós-Graduação em Artes da Cena da ECO-UFRJ, diretora e dramaturga italiana, seus espetáculos receberam prêmios no Brasil e na Itália, como A descoberta das Américas, de Dario Fo (Rio, 2005,Prêmio Shell 2006); Pocilga, de Pasolini (Rio, 2006); Arlecchino all’inferno (Veneza, 2007, Prêmio Arlecchino d’oro 2008, turnê internacional); Il cattivo selvaggio a partir do Macunaíma, de Mario de Andrade (Torino, 2008); Náufragos (Rio, 2009); Café, de Carlo Goldoni (Rio, 2009); Felinda (Rio,2010); Brazilha (Brasília, 2011); O cozido (Brasília, 2012); Invisíveis (Rio, 2014) a partir da obra de Ítalo Calvino; Desaparecida (Rio, 2014); a ópera João e Maria (Rio, 2016); a instalação KATORMOI (Sambuca, Sicília, 2019). Dirigiu, com Dalton Valerio, 5 curtas-metragens com roteiros originais (Evasione! 2005; Nuvole 2006; Il fratello promesso, 2016; In girum 2017 e Nos, refugiados 2018). Escreveu 10 peças encenadas pelo Teatro Cargo (Gênova) entre 2004 e 2020, sendo que as mais recentes (Donne in guerra, 2014 e Andy Warhol Superstar, 2017) ainda circulam na Itália e a última (Antigone, tradução e adaptação da tragédia de Sófocles, com Laura Sicignano) estreou em janeiro de 2020 no Teatro Nazionale de Gênova.
SINOPSE
Acontece que um Zé ninguém de nome Johan Padan, rústico, esperto e carismático, escapa da fogueira da inquisição embarcando, em Sevilha, numa das caravelas de Cristóvão Colombo. No Novo Mundo, nosso herói sobrevive a naufrágios, testemunha massacres, é preso, escravizado e quase devorado pelos canibais. Com o tempo, aprende a língua dos nativos, cativa-os e safa-se fazendo “milagres” com alguma técnica e uma boa dose de sorte. Venerado como filho do sol e da lua, a seu modo, catequiza os nativos e os guia numa batalha de libertação contra os espanhóis invasores.
FICHA TÉCNICA
Tradução e adaptação: Alessandra Vannucci e Julio Adrião Direção: Alessandra Vannucci
Atuação: Julio Adrião Figurino: Gabriella Marra Iluminação: Luiz André Alvim
Montagem e operação de luz: Guiga Ensá
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues | Aquela que Divulga
Mídias Digitais: Fernanda Botelho
Foto: Renato Mangolin
Produção e Design: Fernando Alax | Casa136 Produções Artísticas Realização: Julio Adrião Produções Artísticas
SERVIÇO
Temporada: 13 a 28 de setembro de 2023 – quartas e quintas às 19h Endereço: Avenida Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro – RJ Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)
Vendas: https://www.sympla.com.br/produtor/adescobertadasamericas ou na bilheteria do teatro
* A bilheteria abre de quarta a domingo às 13h e as compras só poderão ser feitas a partir desse horário.