A Casa Museu Eva Klabin dá início no sábado, dia 20 de maio, ao projeto musical “Pôr do Sol – Série Rio XXI”. Trata-se de uma série de oito shows, realizados nos jardins da casa, numa versão intimista, sempre aos sábados, uma vez por mês, no pôr do sol, às 17h. As atrações são nomes da cena musical carioca revelados neste século, desde os novíssimos até outros que já consolidaram uma estrada, em gêneros que vão do samba ao folk.
Quem abre a série é Marina Iris com o show “Voz Bandeira Duo”. Conhecida nas rodas de samba da cidade, a cantora é identificada com a afirmação da mulher negra por canções como “Pra matar preconceito” e pelo álbum “Voz bandeira”. Sua voz é associada ao samba-enredo “História pra ninar gente grande”, campeão com a Mangueira no carnaval de 2019. Recentemente, Marina tem investido num viés mais romântico do samba.
Entre as atrações confirmadas do projeto, estão Alulu (03/06), Ana Frango Elétrico (01/07), Chico Chico (05/08), Troá (02/09), Maíra Freitas (07/10) e João Cavalcanti (09/12).
“A ideia do ‘Pôr do Sol – Série Rio XXI’ é traçar um pequeno panorama da música surgida no Rio nas duas últimas décadas. A cidade é grande e diversa, então a produção musical reflete isso. Portanto, não quis me deter numa cena específica. Temos o calor do samba de Marina Iris e a musicalidade indie surpreendente de Ana Frango Elétrico, por exemplo. Cabe muito aí, desde nomes que já têm uma certa estrada, como Chico Chico e João Cavalcanti, até as novíssimas Alulu e Troá. Em comum, um espírito carioca, aberto, que combina com a ideia de aproveitar um fim de tarde de sábado num jardim lindo”, diz o crítico musical Leonardo Lichote, curador do projeto.
“Pôr do Sol – Série Rio XXI” é mais uma realização queconsolida a Casa Museu Eva Klabin como um espaço para apresentações musicais, acessível aos diferentes públicos.
Marina Iris apresenta prévia do show Voz Bandeira Duo
Após reunir referências negras e dedicar um álbum a Marielle Franco, a cantora Marina Iris pretende movimentar o cenário musical do samba mais uma vez. A também compositora carioca já lançou 2 singles do próximo EP, com seis faixas destinadas a falar sobre relacionamentos amorosos.
Em 2019, Marina Iris lançou o disco ‘Voz Bandeira’, dedicado à vereadora assassinada Marielle Franco. O álbum contou com a participação de diversas cantoras, entre elas, Leci Brandão, Fabiana Cozza e Marcelle Motta.
“O ‘Voz Bandeira’ foi um disco pensando na minha militância: a luta racista e feminista. E não abandonando essas pautas, mas ampliando, veio o EP ‘Virada’. Como mulher preta, falar sobre afeto é revolucionário”, explica Marina.
O show “Voz Bandeira Duo”, apresentado ao público da Casa Museu Eva Klabin, pela cantora Marina Iris e o violonista Gabriel de Aquino é costurado, assim como o disco que leva o mesmo nome do espetáculo, por música e poesia. Apesar da enxuta formação, trata-se de uma apresentação que reúne muitas vozes em seu repertório.
No eclético programa, “Velha senhora”, de Leandro Fregonesi e Teresa Cristina, uma canção que evoca a orixá Nanã, orixá feminino relacionado com a origem do homem na Terra e toda ancestralidade. Em seguida, embalados no ritmo do afoxé “Reza”, de Nego Alvaro, Pretinho da Serrinha e Vinicius Feyjão. “Reza/Pra dona do mar nos abençoar/ Reza/ Pro amor florescer, pro bem imperar/ Reza”…
No tom mais intimista, as famosíssimas “Baby”, de Caetano Veloso; “Canções e momentos” de Fernando Brant e Milton Nascimento, “Resposta ao tempo” de Cristóvão Bastos e Aldir Blanc e “Pagu”, de autoria de Rita Lee e Zélia Duncan.
Palma de mão! Palma na mão! O show promete agitar o público nos jardins da Casa Museu, com as pérolas das rodas de samba “Zé do caroço”, de Leci Brandão; “Ronco da cuíca”, de João Bosco e Aldir Blanc; “Identidade”, de Jorge Aragão e “Pra Matar Preconceito”, de Manu da Cuíca e Raul Di Caprio. Integram também o repertório, “Rueira”, de Rodrigo Lessa e Manu da Cuíca; “Voz Bandeira”, de Marina Iris/ Raul Di Caprio, que dá nome ao show e “Virada”, de Gilper e Noca da Portela, do novo EP da cantora.
O show de Marina Iris no projeto Pôr do Sol – Série Rio XXI, conta com outras surpresas, suspiros e percussão corporal. Em cada canção ou texto, são empunhadas poeticamente as bandeiras cravadas na voz de Marina e nas cordas de Gabriel. Só indo para conferir, dançar, cantar e aproveitar.
Mais sobre Marina Iris
Aos 37 anos de idade, a cantora está em seu terceiro disco solo. E está prestes a lançar seu quarto trabalho, o EP Virada, com as participações de Péricles, Diogo Nogueira, Lenine, Moacyr Luz, Marcelle Motta, Renato da Rocinha, Amanda Amado, Deborah Vasconcellos.
“Nunca tive como ‘carro-chefe’ músicas que falassem sobre relacionamentos. Eu já queria fazer isso e fiquei mexida com relatos de diversas pessoas. Nesse período de isolamento social, todas relações ficaram impactadas de alguma maneira. É o momento ideal pra falarmos das questões do amor”, explica Marina Iris.
O último single, “Virada” (música-título do disco), uma parceria de Marina com Manu da Cuíca foi gravada com Péricles. A cantora lançou também o single “Pra você dar o nome”, de Tó Brandileone:
A produção musical desse disco é do Vitor de Souza, um jovem instrumentista que vem despontando na cena do samba/pagode. A gente fez uma aposta um no outro”, diz a compositora.